Vice-líder do governo: “Motta prometeu não pautar anistia”
Oposição e base governista sustentam versões divergentes sobre o compromisso de Motta a respeito do PL que anistia os presos do 8 de janeiro e pode "salvar" Bolsonaro

Vice-líder do governo na Câmara, o deputado Rogério Correia (PT-MG) comentou a expectativa do entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em relação ao avanço do Projeto de Lei da Anistia sob a gestão de Hugo Motta (Republicanos-PB), favorito na sucessão de Arthur Lira (PP-AL).
“Hugo Motta prometeu ao PT que não pautará a anistia e que, se Lira não resolvesse, ele resolveria. Estamos votando nele com essa certeza, de defesa da democracia e contra o golpe”, afirmou Correia em entrevista à CNN.
Em entrevista coletiva no aeroporto de Brasília, Bolsonaro afirmou que o Projeto de Lei da Anistia foi discutido com vários pré-candidatos à presidência da Câmara, incluindo Hugo Motta (Republicanos-PB). Ele destacou que essas conversas ocorreram de maneira aberta, com o intuito de buscar consenso sobre a proposta.
“A gente espera que se siga o devido processo legal dentro do Congresso. Se tivermos as assinaturas necessárias para a urgência, que o presidente coloque em pauta, só isso”, disse o ex-presidente.
Expectativa
O líder do PL no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ), declarou recentemente que “a anistia ampla e irrestrita é indispensável para que o País vire mais esta página e siga o seu rumo com o restabelecimento da ordem democrática“, disse a O Antagonista.
Portinho também comentou o esvaziamento do evento que marcou os ataques aos prédios públicos da Esplanada, em 8 de janeiro de 2023, afirmando que isso reflete a insatisfação do cenário político brasileiro com a condução do Executivo e do Judiciário sobre questões relacionadas à democracia.
“O esvaziamento, a ausência, a indiferença e o silêncio nos recordam que há no Brasil presos políticos, jornalistas cerceados e exilados, censura, julgamentos em massa, os abusos sobre o devido processo legal e os obstáculos impostos à ampla defesa e ao exercício da advocacia”, criticou o senador.
Acordo
Interlocutores da oposição também afirmam que o avanço da anistia no Congresso foi negociado com Hugo Motta e Davi Alcolumbre (União-AP), cotado para a sucessão de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) na presidência do Senado.
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, tornou público o teor das supostas negociações. Em outubro do ano passado, ele afirmou que só apoiaria, nas eleições para as presidências da Câmara e do Senado, os candidatos favoráveis ao PL da Anistia. A intenção é garantir que o ex-presidente Jair Bolsonaro retome sua candidatura à presidência, sendo contemplado pela proposta.
“Ele [o candidato] vai assumir que apoia a PEC. Nós vamos por isso no pacote da eleição do presidente da Câmara e do Senado. Para ele apoiar a inclusão do nome do Bolsonaro na anistia”, declarou na ocasião.
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