Uma vacina contra Davi Alcolumbre
Integrantes da oposição querem pressionar o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, a adotar o voto aberto nas eleições de 1º de fevereiro

Integrantes da oposição pretendem pressionar o atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), a autorizar o voto aberto nas eleições para a futuro Mesa Diretora da Casa. A tática, curiosamente, beneficiou Davi Alcolumbre (União) – hoje amplo favorito a suceder Pacheco – em sua primeira eleição, em fevereiro de 2019.
Naquele ano, Alcolumbre – na época, no DEM – aproveitou-se do fato de ser o único parlamentar a estar na Mesa Diretora e em meio de mandato para comandar a reunião preparatória das eleições para a Presidência do Senado.
Assim, Alcolumbre – com apoio de parlamentares como Flávio Bolsonaro (PL-RJ) – conseguiu maioria para aprovar uma questão de ordem, impetrada pelo hoje líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT), autorizando o voto aberto na eleição da Mesa Diretora.
A decisão, porém, caiu por terra após determinação do ministro do STF Dias Toffoli. Ele argumentou que Alcolumbre, pelo fato de ser candidato, não poderia comandar o próprio processo eleitoral no Senado.
“Por conseguinte, declaro a nulidade do processo de votação da questão de ordem submetida ao plenário pelo senador da República Davi Alcolumbre, a respeito da forma de votação para os cargos da Mesa Diretora”, dizia a decisão de Toffoli.
Agora, senadores como Marcos Pontes (PL-SP) e Eduardo Girão (Novo-CE) pretendem apresentar questões de ordens para tentar viabilizar novamente a eleição por voto aberto. “O povo precisa saber em quem o senador está votando. É direito dele”, disse Girão a O Antagonista.
Em outras eleições, parlamentares como Alessandro Vieira (MDB-SE) também endossaram essa tese. A questão, no entanto, é que poucos parlamentares devem apoiar os integrantes da oposição nessa missão.
Ao contrário de 2019, o senador Flávio Bolsonaro, por exemplo, deve ser contra a votação em regime aberto, justamente como forma de cumprimento do acordo feito pela bancada do seu partido para endossar a candidatura de Alcolumbre. Como mostramos, o ex-presidente Jair Bolsonaro criticou duramente Marcos Pontes pelo parlamentar ainda insistir em lançar candidatura própria.
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