Transparência Internacional reage a decisão de Toffoli baseada em fake news
"Fake news vêm sendo utilizadas há quase cinco anos em graves e crescentes campanhas de difamação e assédio à organização", reclama ONG em nota pública
A organização não-governamental Transparência Internacional divulgou uma nota nesta sexta-feira, 13, para dizer que “recebe com surpresa a notícia de que o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, ignorou a posição da Procuradoria-Geral da República e acatou pedido da empresa J&F que tenta imputar atos reconhecidamente falsos à organização”.
Como mostramos, Toffoli (foto) determinou ontem o compartilhamento com órgãos federais e com o Congresso Nacional de uma fake news criada contra a ONG no âmbito da Operação Lava Jato.
Na nota, a Transparência Internacional destaca que “em outubro, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, promoveu o arquivamento da investigação contra a organização — aberta pelo próprio ministro, em fevereiro deste ano, com base nas mesmas alegações falsas — e apontou, em sua manifestação, ausência de fatos concretos e elementos mínimos que indicassem ocorrência de prática criminosa e justificassem a investigação”.
Narrativa requentada
Crusoé detalhou em fevereiro como a fake news foi criada. Toffoli requentou uma narrativa engendrada pelo então procurador-geral da República Augusto Aras – e depois citada pelo petista Rui Falcão em notícia-crime –, de que a Transparência Internacional teria gerido ou recebido recursos do acordo de leniência da J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista.
“A petição da J&F, submetida oito meses depois do prazo limite para manifestação estabelecido pelo ministro, foi respondida pela Transparência Internacional – Brasil, que apontou não só a violação de prazo, mas também a falsidade das alegações”, diz a ONG na nota pública desta sexta, que segue:
“Em sua manifestação extemporânea, a J&F reitera seu assédio judicial contra a Transparência Internacional, apresentando, mais uma vez, narrativa construída através de graves distorções e omissões factuais e documentais, citações editadas de maneira descontextualizada e referências a matérias com conteúdos difamatórios, publicadas em veículo patrocinado pela própria empresa.”
“Campanhas de difamação e assédio“
A nota da Transparência Internacional termina dizendo.o seguinte:
“As alegações apresentadas pela J&F já foram desmentidas diversas vezes pela própria Transparência Internacional e por autoridades brasileiras, inclusive pelo Ministério Público Federal e, mais recentemente, pela Procuradoria-Geral da República. Apesar disso, estas fake news vêm sendo utilizadas há quase cinco anos em graves e crescentes campanhas de difamação e assédio à organização.”
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