Tiroteio paralisa Linha Amarela, força suspensão de aulas e desvio de linhas de ônibus
Policial é morto em operação contra fábrica de gelo contaminado

Um intenso tiroteio interrompeu o trânsito na Linha Amarela, no Rio de Janeiro, na altura da Cidade de Deus, no início da tarde desta segunda-feira, 19.
A via, no sentido Fundão, foi totalmente interditada por volta das 12h e só teve o tráfego restabelecido às 12h30, após intervenção da Polícia Militar.
Criminosos atearam fogo em barricadas e lançaram caçambas de lixo para bloquear acessos, dificultando a mobilidade na região.
O confronto ocorreu durante a deflagração da operação “Gelo Podre”, conduzida pela Polícia Civil em parceria com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), a Delegacia do Consumidor (Decon) e a Delegacia do Meio Ambiente.
A ofensiva tinha como alvo fábricas clandestinas de gelo na Zona Oeste da capital. Testes laboratoriais realizados pela Cedae identificaram a presença de coliformes fecais em cargas destinadas a quiosques das praias da Barra da Tijuca e do Recreio.
Durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão na comunidade, agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) foram recebidos a tiros.
O policial civil José Antônio Lourenço, diretor jurídico do sindicato da categoria e ex-subsecretário municipal de Ordem Pública, foi atingido na cabeça.
Ele chegou a ser socorrido ao Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, mas não resistiu aos ferimentos.
A Secretaria Municipal de Educação suspendeu as aulas no turno da tarde em unidades da Cidade de Deus. Pela manhã, crianças de uma escola precisaram se proteger no corredor durante a troca de tiros. As ruas do bairro ficaram desertas.
Segundo a Rio Ônibus, ao menos 19 linhas de ônibus tiveram seus itinerários alterados.
A entidade contabiliza este como o quinto episódio de violência em maio que afetou diretamente a circulação do transporte coletivo no município.
O secretário de Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, declarou que determinou o reforço do policiamento no entorno da comunidade para minimizar os impactos à população. Um dos responsáveis por uma das fábricas alvo da operação foi conduzido à delegacia.
Além da qualidade da água e do armazenamento do gelo, a polícia investiga irregularidades no consumo de água e energia elétrica, além de crimes ambientais e contra o consumidor.
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