STF ouve ex-comandantes que barraram golpe
Ministros do Supremo começam a ouvir, nesta semana, testemunhas de acusação e de defesa no julgamento da trama golpista

O Supremo Tribunal Federal (STF) começa a ouvir nesta semana os depoimentos de acusação e de defesa no julgamento da trama golpista.
Foram indicadas 82 testemunhas, que serão ouvidas até 2 de junho por videoconferência, em depoimentos conduzidos pelo gabinete do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.
Nesta segunda-feira, 19, prestam depoimento as testemunhas indicadas pela Procuradoria Geral da República (PGR) para sustentar as acusações contra o “núcleo crucial”, do qual faz parte o ex-presidente Jair Bolsonaro.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, indicou cinco testemunhas, entre os quais estão os ex-comandantes Marco Antônio Freire Gomes, do Exército, e Carlos de Almeida Baptista Júnior, da Aeronáutica, como detalha a TV Globo.
Barraram o golpe
Como destacou Crusoé, antes mesmo da denúncia apresentada por Gonet, os dois foram os responsáveis por barrar o avanço da trama golpista. Apenas Almir Garnier Santos, então comandante da Marinha, teria topado o plano para impedir a posse de Lula — ele nega.
A PGR também indicou como testemunhas Éder Lindsay Magalhães Balbino, dono de uma empresa que teria auxiliado na produção de material para colocar as urnas em dúvida, Clebson Ferreira de Paula Vieira, servidor que teria elaborado planilhas utilizadas por Anderson Torres para mapear a movimentação de eleitores na eleição de 2022 e Adiel Pereira Alcântara, ex-coordenador de inteligência da Polícia Rodoviária Federal (PRF) que teria atuado para dificultar o deslocamento de eleitores naquela mesma eleição.
Defesa
Bolsonaro indicou sete testemunhas de defesa: Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, o advogado Amauri Feres Saad, o ex-ministro do Turismo Gilson Machado o médico cardiologista Ricardo Peixoto Camarinha, o ex-secretário de Tecnologia do TSE Giuseppe Dutra Janino, o deputado federal e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello (PL-RJ) e o senador Rogério Marinho (PL-RN), que também foi ministro de seu governo.
A PGR denunciou 34 pessoas por cinco crimes: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra patrimônio da União e destruição de patrimônio tombado.
O STF já aceitou as denúncias contra 21 dos 34 acusados. Na sexta-feira, 16, Moraes negou pedido da defesa de Bolsonaro para cancelar as audiências das testemunhas. Os advogados alegaram falta de tempo para analisar novos documentos juntados à ação.
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