Servidores da Abin acionam a Justiça por afastamento de diretor-geral
Assembleia aprovou indicativo de greve, após Luiz Fernando Corrêa ser indiciado pela PF no caso da 'Abin Paralela'

A INTELIS, entidade representativa dos servidores da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), decidiu nesta terça-feira, 24, ingressar com uma ação na Justiça para pedir o afastamento do diretor-geral do órgão, Luiz Fernando Corrêa, indiciado pela Polícia Federal (PF).
Durante a assembleia, os oficiais de inteligência também aprovaram um indicativo de greve.
Em nota oficial, a diretoria da INTELIS afirmou que a possível greve e a ação civil foram aprovados “com ampla participação” e “expressiva maioria”.
“Os associados optaram por dar um basta à degradação geral da Abin e manifestaram claramente sua vontade de reação e defesa da nossa instituição”, diz trecho.
Leia mais: Diretor articulou proteção de “responsável por degradação da Abin”, diz PF
‘Abin Paralela’
O relatório da Polícia Federal (PF) da investigação sobre a chamada ‘Abin Paralela’ apontou que Luiz Fernando Corrêa “participou de reuniões de cúpula, teve acesso a informações sigilosas e realizou ações que notadamente tiveram o intento obstruir a investigação sobre a organização criminosa instalada no órgão”.
Em uma das ações de interferência, o diretor-geral teria articulado a proteção do ex-número 3 da agência, Paulo Maurício Fortunato Pinto, um dos “principais responsáveis pela degradação da Abin”, de investigação sobre uma “organização criminosa instalada no órgão”.
Segundo a PF, a “primeira ação, ainda no exercício ilegal do cargo”, foi a de minimizar o escândalo do uso clandestino da ferramenta FirstMile, afirmando que ‘a montanha vai parir um rato’.
O relatório indicou que, em 2023, Corrêa se encontrou com Paulo Maurício e o ex-diretor adjunto da agência, Alessandro Moretti, para “embaraçar a investigação”.
“Alegou-se que a entrega dos nomes à PF seria necessária para ‘evitar busca e apreensão’ e ‘baixar a fervura’, atribuindo à autoridade policial a intenção de prejudicar os servidores. (…) Estabeleceram-se ‘acordos e entendimentos internos’, criando-se uma comissão para ‘participar das decisões junto com a direção geral’ e ‘construir uma estratégia de defesa em conjunto’, visando unificar discursos e impedir colaborações espontâneas”, diz trecho.
Leia mais: Agentes da Abin cogitam pedir afastamento de diretor-geral após relatório da PF
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Comentários (1)
Amaury G Feitosa
25.06.2025 10:59Arapongas em greve ... aguenta Brazil !!!