Sergio Moro, duro de matar
Os encontros secretos entre o advogado administrativo José Eduardo Cardozo, ocupador do Ministério da Justiça, e os defensores das empreiteiras do Petrolão levaram o juiz Sergio Moro a estender a prisão preventiva dos empreiteiros Ricardo Pessoa, da UTC, e Eduardo Hermelino Leite, Dalton Avancini e João Auler, todos os três da Camargo Corrêa. O argumento de Sergio Moro é perfeito do ponto de vista legal: está demonstrado que as empreiteiras tentam interferir nas investigações...
Os encontros secretos entre o advogado administrativo José Eduardo Cardozo, ocupador do Ministério da Justiça, e os defensores das empreiteiras do Petrolão levaram o juiz Sergio Moro a estender a prisão preventiva dos empreiteiros Ricardo Pessoa, da UTC, e Eduardo Hermelino Leite, Dalton Avancini e João Auler, todos os três da Camargo Corrêa. O argumento de Sergio Moro é perfeito do ponto de vista legal: está demonstrado que as empreiteiras tentam interferir nas investigações.
Disse Moro, no seu despacho:
a) “Existe o campo próprio da Justiça e o campo próprio da política. Devem ser como óleo e água e jamais se misturarem. A prisão cautelar dos dirigentes das empreiteiras deve ser discutida, nos autos, perante as Cortes de Justiça.”
b) “Intolerável que emissários dos dirigentes presos e das empreiteiras pretendam discutir o processo judicial e as decisões judiciais com autoridades políticas. Mais estranho ainda é que participem desse encontros, a fiar-se nas notícias, políticos e advogados sem procuração nos autos das ações penais.”
c) “Não socorre os acusados e as empreiteiras o fato da autoridade política em questão ser o ministro da Justiça. Apesar de a Polícia Federal, órgão responsável pela investigação, estar vinculada ao ministério, o ministro da Justiça não é o responsável pelas ações de investigações.”
d) O ex-ministro do STF Joaquim Barbosa “bem definiu a questão ao dizer que, se você é advogado em um processo, deve recorrer ao juiz, nunca a políticos.”
e) “A mera tentativa por parte dos acusados e das empreiteiras de obter interferência política em seu favor no processo judicial já é reprovável, assim como foram as aludidas tentativas de cooptação de testemunhas, indicando mais uma vez a necessidade da preventiva para garantir a instrução e a aplicação da lei penal e preservar a integridade da Justiça contra a interferência do poder econômico.”
Sergio Moro, o estrategista, evitou atirar em José Eduardo Cardozo neste momento, atribuindo tudo à empreita bandida e aos seus advogados eriçados. Moro, o enxadrista, sabe como jogar. Moro, duro de matar, é o nosso herói.
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