Senadores prometem barrar crédito extra e pressionar Planalto para tirar MDB das lideranças do governo
Senadores que não integram o "clube VIP" que abocanhou R$ 3,8 bilhões do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) no apagar das luzes de 2019 prometem reagir na volta do carnaval. Na semana passada, O Antagonista mostrou, com exclusividade, que Davi Alcolumbre e aliados do MDB como Eduardo Braga, Eduardo Gomes e Fernando Bezerra Coelho direcionaram a alocação desses recursos, sem critério conhecido e em detrimento da maioria dos parlamentares...
Senadores que não integram o “clube VIP” que abocanhou R$ 3,8 bilhões do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) no apagar das luzes de 2019 prometem reagir na volta do carnaval.
Na semana passada, O Antagonista mostrou, com exclusividade, que Davi Alcolumbre e aliados do MDB como Eduardo Braga, Eduardo Gomes e Fernando Bezerra Coelho direcionaram a alocação desses recursos, sem critério conhecido e em detrimento da maioria dos parlamentares.
Como os recursos beneficiaram, principalmente, o seleto grupo de caciques partidários, senadores se articulam para, por exemplo, dificultar, em 2020, a aprovação de créditos extras em sessões do Congresso.
Quando o Executivo precisa de dinheiro e o Orçamento do ano já foi todo consumido, o governo envia ao Parlamento um PLN, para que deputados e senadores autorizem novos aportes. No fim do ano passado, foram esses recursos autorizados por uma série de PLNs aprovados a toque de caixa que encheram os cofres da Esplanada, garantindo a liberação da dinheirama ao “clube VIP” — entenda aqui.
“O governo terá dificuldade para aprovar os próximos PLNs. Agora, todo mundo vai ficar de olho, vai ficar esperto. O Antagonista escancarou o que todo mundo suspeitava, mas não tinha como provar”, disse um senador, que, por enquanto, pede para não ser identificado.
Os senadores preteridos pelo então ministro Gustavo Canuto — que perdeu o cargo justamente em função desse episódio — estão traçando estratégias, que inclui pressionar o Planalto para tirar do MDB as lideranças do governo no Senado e no Congresso.
“O Onyx [que é muito ligado ao presidente do Senado] coordenou junto com o Davi essa distribuição da verba extra do MDR e não foi nada justo. Os caciques fizeram a festa, como O Antagonista mostrou. A grande maioria dos parlamentares não sabia da existência desses convênios, está todo mundo indignado”, comentou outro senador, também em reservado.
Os senadores Alvaro Dias, Eduardo Girão e Plínio Valério já se manifestaram publicamente contra o “clube VIP”, como noticiamos. Mas o grupo de insatisfeitos, claro, é muito maior, e vai além do Muda, Senado.
Os dados divulgados por O Antagonista foram obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI). Antes, o MDR informou que os números eram de responsabilidade da Secretaria de Governo, que, por sua vez, disse não ter o controle dessas verbas extras.
Assista ao nosso vídeo sobre o tema:
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