Senadores dizem que celebração de Bolsonaro sobre vacinas vem com atraso “fatal e doloroso”
Nove senadores que integram a CPI da Covid emitiram nota conjunta há pouco para rebater a discurso de hoje de Jair Bolsonaro em rede nacional de rádio e televisão. Afirmaram que a celebração presidencial pelas vacinas contra o coronavírus "vem com um atraso fatal e doloroso"...
Nove senadores que integram a CPI da Covid emitiram nota conjunta há pouco para rebater a discurso de hoje de Jair Bolsonaro em rede nacional de rádio e televisão. Afirmaram que a celebração presidencial pelas vacinas contra o coronavírus “vem com um atraso fatal e doloroso”.
“Um atraso de 432 dias e a morte de quase 470 mil brasileiros, desumano e indefensável. A fala deveria ser materializada na aceitação das vacinas do Butantan e da Pfizer no meio do ano passado, quando o governo deixou de comprar 130 milhões de doses, suficientes para metade da população brasileira.”
Os parlamentares dizem ainda que Bolsonaro escolheu “desqualificar vacinas, sabotar a ciência, estimular aglomerações, conspirar contra o isolamento e prescrever medicamentos ineficazes para a Covid”
Assinam a nota Omar Aziz (PSD-AM), presidente CPI; Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente; Renan Calheiros (MDB-AL), relator; Tasso Jereissati (PSDB-CE); Otto Alencar (PSD-BA); Humberto Costa (PT-PE); Eduardo Braga (MDB-AM); Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Rogério Carvalho (PT-SE).
Leia a íntegra da nota:
“A inflexão do Presidente da República celebrando vacinas contra a Covid-19 vem com um atraso fatal e doloroso. O Brasil esperava esse tom em 24 de março de 2020, quando inaugurou-se o negacionismo minimizando a doença, qualificando-a de ‘gripezinha’.
Um atraso de 432 dias e a morte de quase 470 mil brasileiros, desumano e indefensável. A fala deveria ser materializada na aceitação das vacinas do Butantan e da Pfizer no meio do ano passado, quando o governo deixou de comprar 130 milhões de doses, suficientes para metade da população brasileira. Optou-se por desqualificar vacinas, sabotar a ciência, estimular aglomerações, conspirar contra o isolamento e prescrever medicamentos ineficazes para a Covid-19.
A reação é consequência do trabalho desta CPI e da pressão da sociedade brasileira que ocupou as ruas contra o obscurantismo. Embora sinalize com recuo no negacionismo, esse reposicionamento vem tarde demais. A CPI volta a lamentar a perda de tantas vidas e dores que poderiam ter sido evitadas.
Omar Aziz- Presidente CPI
Randolfe Rodrigues – Vice Presidente CPI
Renan Calheiros – Relator
Em apoio
membros efetivos:
Tasso Jereissati
Otto Alencar
Humberto Costa
Eduardo Braga
Suplentes:
Alessandro Vieira
Rogério Carvalho”
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