Ruy Goiaba na Crusoé: morte ao “carisma” na política
Ruy Goiaba, na Crusoé: "'Carisma' na política é uma desgraça que, em regra, só serve para eleger imbecil, ladrão ou as duas coisas juntas. Na origem, o termo é teológico — 'dom extraordinário e divino concedido a um crente ou grupo de crentes, para o bem da comunidade', de acordo com a definição do Houaiss. Foi Max Weber que o tomou de empréstimo para a política: o sociólogo alemão o usava para diferenciar a 'autoridade carismática', que se fundava no carisma de um líder, de outros dois tipos de autoridade (ou dominação, dependendo da tradução), a tradicional e a racional-legal..."
Ruy Goiaba, na Crusoé:
“‘Carisma’ na política é uma desgraça que, em regra, só serve para eleger imbecil, ladrão ou as duas coisas juntas. Na origem, o termo é teológico — ‘dom extraordinário e divino concedido a um crente ou grupo de crentes, para o bem da comunidade’, de acordo com a definição do Houaiss. Foi Max Weber que o tomou de empréstimo para a política: o sociólogo alemão o usava para diferenciar a ‘autoridade carismática’, que se fundava no carisma de um líder, de outros dois tipos de autoridade (ou dominação, dependendo da tradução), a tradicional e a racional-legal.
‘Liderar pelo carisma’ é uma prova em que políticos populistas sempre nadaram de braçada, por saberem levar o jogo para o mesmo campo em que atuam as celebridades ou serem eles mesmos celebridades antes de entrar na política. Afinal, quem quer discutir assuntos chatos da vida real —como saneamento básico e reforma tributária— antes de decidir seu voto? A vida real é um saco, cheia de problemas diários que nós não temos a menor vontade de resolver. A gente quer é narrativa, fechar com o bem na luta contra o mal, sentir que faz parte de algo minimamente relevante. Torcer pelo time campeão, enfim.”
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