Republicanos ‘põe lupa’ em aproximação de Lula a Motta
Presidente do partido, o deputado Marcos Pereira (SP) afirma que futuro presidente da Câmara deve fazer gestão independente

Após os acenos da base petista no Congresso e dos avanços do próprio presidente Lula no diálogo com Hugo Motta, o partido do deputado paraíbano, que é favorito na disputa pela sucessão de Arthur Lira (PP-AL), defende cautela no relacionamento com o governo petista após a eleição que decidirá a nova mesa diretora da Casa Baixa.
Integrantes do partido disseram a O Antagonista que estão incomodados com as investidas do Planalto para utilizar Motta como moderador do clima hostil que domina a Câmara desde que o STF bloqueou emendas parlamentares. Lula se reuniu com o deputado nos últimos dias de dezembro.
Atualmente, a ‘crise das emendas’ dá o tom das tensões entre Governo, Congresso e Supremo Tribunal Federal (STF). Parlamentares desconfiam de uma possível influência do governo nas decisões do ministro Flávio Dino.
O temor de aliados do governo é que as discussões sobre os recursos do Orçamento possam impactar diretamente a agenda legislativa nos próximos anos.
O presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP), é reticente sobre a situação. “A postura de todo presidente da Câmara tem que ser de independência e harmonia. Como diz a Constituição”, declarou a este site.
Republicanos na Esplanada
Embora o relacionamento entre Motta e Lula seja intermediado pelo Ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, membro da sigla, o presidente do Republicanos diz desconhecer as intenções do governo sobre que posição o partido ocupará na Esplanada após a reforma ministerial anunciada pela gestão petista.
Questionado sobre o futuro da legenda no governo lulista, Pereira foi categórico e mostrou afastamento do diálogo com o Planalto. “Não tenho a mínima ideia”, disse.
Pereira e a influência sobre Motta
Como mostramos, o presidente nacional do Republicanos é peça importante no tabuleiro da sucessão presidencial da Câmara dos Deputados com ‘estratégias certeiras’.
Pereira analisou a aceitação a Hugo Motta (PB) entre os demais partidos, intensificou as tratativas e conseguiu forçar um recuo de Lira, que antes considerava apoiar Elmar Nascimento (União-BA). Para dar passagem a Motta, o presidente do Republicanos desistiu de ser candidato na disputa atual. Mas não perdeu o protagonismo.
“A eleição de Hugo será muito importante para nosso partido. Ele é um grande quadro que contribui muito com o desenvolvimento do partido. Sua jovialidade, energia aliadas à sua experiência são fatores preponderantes para ele chegar onde chegou”, declarou a O Antagonista quando o nome de Motta foi lançado na disputa.
Após lançar a candidatura do líder do partido na Casa, Pereira ostentou um resultado típico de sua atuação na Câmara, marcada por conciliação e diálogo entre diferentes frentes. Vale lembrar, que o partido presidido por ele, que hoje compõe a Esplanada, também integrou o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
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