Renan Calheiros segue “formalmente” na CPI da Braskem
Após ser preterido na escolha para relatar o colegiado, o senador alagoano afirmou que deixaria as investigações
O líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM), ainda não indicou um substituto para o senador Renan Calheiros (MDB-AL) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem. Após ser preterido na escolha para relatar o colegiado, o senador alagoano afirmou que deixaria as investigações.
“Não emprestarei meu nome para simulacros investigatórios e jogos de cartas marcadas. Vi esse filme várias vezes. Mãos ocultas, mas, visíveis, me vetaram na relatoria”, declarou Calheiros na última quarta-feira, 21.
Após diversos embates, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) foi escolhido para ser o relator da CPI que vai investigar os danos ambientais causados em Maceió (AL) pela empresa petroquímica. O grupo se reuniu nesta terça-feira, 27, e aprovou o plano e trabalho.
Questionado sobre a presença de Calheiros na CPI, Rogério Carvalho afirmou que “formalmente” o senador segue na comissão. Paralelamente, o presidente do colegiado, senador Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que ainda pretende conversar com emedebista sobre a sua participação no grupo.
Opositores de Renan Calheiros sugeriam que ele poderia tentar conduzir a investigação por interesses pessoais. Na avaliação desse grupo, o senador poderia usar a CPI politicamente para desgastar o seu principal adversário no estado, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
A CPI da Braskem deve investigar, por exemplo, a aquisição do Hospital do Coração pelo prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), mais conhecido como JHC e aliado de Lira, no valor de 266 milhões de reais.
Plano de trabalho
Nesse primeiro encontro, os senadores aprovaram o plano de trabalho da CPI da Braskem. Na reunião, o relator criticou o acordo assinado pela empresa com a prefeitura de Maceió.
Segundo Rogério Carvalho, há cláusulas “questionáveis”, “padronizadas” e até mesmo abusivas.
“A Braskem firmou, com moradores atingidos pelo afundamento dos cinco bairros em Maceió, acordos de indenização que contêm cláusulas questionáveis e que parecem indicar a blindagem da empresa e eventuais futuras responsabilidades”, disse.
O senador Omar Aziz agendou uma nova sessão nesta quarta-feira, 27, para a votação de convocações e convites. A comissão também organiza uma visita do grupo ao estado de Alagoas.
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