Ramagem alega diferença entre postagens e “pensamento privado” sobre urnas
Deputado fez duas publicações com elogios à PEC do voto impresso

O deputado federal Alexandre Ramagem (PL; foto), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), afirmou nesta segunda-feira, 9, que fez duas publicações na rede social X divergentes de seu “posicionamento privado” sobre as uras eletrônicas.
“Publicamente, houve duas publicações que diferem muito do meu pensamento privado”, disse Ramagem durante depoimento como réu por tentativa de golpe.
“A primeira publicação foi em 24 de maio de 2021, quando o deputado Filipe Barros anunciou que seria o relator da PEC do voto impresso. Eu apenas retuitei a informação. Em 1º de agosto, às vésperas da votação, praticamente repeti o mesmo conteúdo que já havia divulgado três meses antes”, acrescentou.
Na ocasião, a frase compartilhada por Ramagem dizia que o voto auditável “significa segurança no pleito eleitoral e evolução nas urnas. Assegura integridade, transparência aos resultados do sufrágio universal, compromisso com a representatividade popular e a democracia.“
Segundo Ramagem, o teor das publicações não deveria ser interpretado como uma crítica ao sistema eletrônico de votação, e sim como parte do debate em torno da proposta que estava sendo discutida no Poder Legislativo.
A outra citada pelo parlamentar, em maio, parabenizava Filipe Barros por ser o relator da PEC do voto impresso.
Depoimento de Cid
O primeiro réu a ser ouvido foi o tenente-coronel Mauro Cid.
Em seu depoimento, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro disse que o ex-presidente não somente recebeu a chamada minuta do golpe, como também confirmou que fez alterações no texto.
“O presidente recebeu e leu [a minuta do golpe]. Ele, de certa forma, enxugou o documento, basicamente retirando as autoridades das prisões. Somente o senhor [Alexandre de Moraes] ficaria como preso. O resto, não”, afirmou Cid.
“Em termos de data, não me lembro bem. Foram duas, no máximo três reuniões em que esse documento foi apresentado ao presidente”, acrescentou.
Em outro momento, Cid confirmou ter recebido “uma quantia de dinheiro” entregue em uma “caixa de vinho” pelo general Braga Netto no Palácio da Alvorada, em 2022.
Segundo o tenente-coronel, o valor foi repassado ao major Rafael Martins de Oliveira, acusado de tentar viabilizar o plano Punhal Verde e Amarelo, cujo um dos objetivos era neutralizar o ministro Alexandre de Moraes.
“E aí o general Braga Netto trouxe uma quantia de dinheiro, não sei dizer o valor, que foi passado para o major de Oliveira no próprio Alvorada. Eu recebi o dinheiro do general Braga Netto no Palácio da Alvorada. Ele estava numa caixa de vinho, botelha, no mesmo dia eu passei para o major de Oliveira”, afirmou Cid.
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Comentários (1)
FRANCISCO JUNIOR
09.06.2025 22:52Tenho amigos bolsonaristas que também repostam coisas que depois dizem não concordar, que "só repostaram para ver o que as pessoas achavam". Só que nunca repostam algo contra o Bolsonaro. Ou seja, mentirosos. Assim como PTistas.