O Partido Liberal (PL) no Maranhão enfrenta divisões internas após um atrito entre o principal líder regional, o deputado Josimar Maranhãozinho, e o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Bolsonaro defendeu a expulsão de parlamentares que, segundo ele, “fazem besteiras”, incluindo Maranhãozinho, uma das figuras centrais do PL no estado.

O ex-presidente da República também pediu que a deputada federal Detinha, esposa de Maranhãozinho, seja destituída do cargo de presidente do PL Mulher.

Maranhãozinho afirma, no entanto, que não existem chances de o partido expulsá-lo sob a batuta de Valdemar Costa Neto. Enquanto isso, aliados passaram a cogitar o lançamento de sua esposa, a deputada federal Detinha (PL-MA), na corrida ao Senado em 2026.

Denúncia

Josimar foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), em setembro, por um suposto esquema de desvio de emendas parlamentares, envolvendo prefeituras no Maranhão.

Nos últimos dois anos, o deputado direcionou R$ 21,1 milhões em “emendas Pix” para 15 municípios. Quase metade deste valor, cerca R$ 9 milhões, foi para três cidades — Zé Doca, Maranhãozinho e Centro do Guilherme — que são governadas por parentes ou ex-funcionários do parlamentar.

Ainda antes do primeiro turno, Bolsonaro mostrou irritação com a denúncia contra Josimar e disse, em entrevista à rádio Auriverde, que precisaria “dar um freio de arrumação” no partido após as eleições municipais.

Partido diferente

Em nova entrevista à rádio, já depois de o PL eleger 40 prefeituras no Maranhão, o ex-presidente voltou a mencionar a expulsão de Josimar e do também deputado Pastor Gil (PL-MA), alvo da mesma denúncia, que ainda será analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

“O Maranhão não vai ficar como está. Não tem clima do nosso pessoal permanecer no partido que passa a mão na cabeça de marginais. (…) Ou expulsa esses dois, mais uma vez pegos em corrupção, ou então fica difícil a gente falar que o PL é um partido diferente“.