“Querem perdoar sem antes sequer condenar”, diz Barroso sobre anistia
Presidente do STF questionou: "Onde foi que nós perdemos a luz da nossa alma afetuosa, alegre e fraterna para a escuridão do ódio, da agressividade e da violência?"
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, criticou nesta quinta-feira, 14, a ação do homem que atirou explosivos contra o prédio do STF, em Brasília, na noite de quarta-feira, 13, e a possibilidade de anistia a quem tenha “o mesmo tipo de comportamento“:
“Algumas pessoas foram da indignação à pena, procurando naturalizar o absurdo. Não veem que dão um incentivo para que o mesmo tipo de comportamento ocorra outras vezes. Querem perdoar sem antes sequer condenar“, disse o ministro.
Barroso abriu a sessão do Supremo, nesta quarta-feira, e comentou que a sociedade deve “fazer uma reflexão profunda sobre o que está acontecendo” no país:
“Onde foi que nós perdemos a luz da nossa alma afetuosa, alegre e fraterna para a escuridão do ódio, da agressividade e da violência?“
Barroso lembrou os episódios de vandalismo no dia 8 de janeiro de 2023, às sedes dos Três Poderes. Ele disse que “milhares de pessoas, mancomunadas via redes sociais e com grave cumplicidade de autoridades” e que o fato da última quarta-feira “alerta para a ideia de deslegitimar as instituições”.
Na noite de quarta-feira, 14, o ministro Alexandre de Moraes autorizou buscas nos endereços de Francisco Wanderley Luiz, responsável pelas explosões na Praça dos Três Poderes.
As buscas foram realizadas na casa que Francisco Luiz alugou em Ceilândia, cidade-satélite de Brasília, e em um trailer estacionado próximo à Câmara dos Deputados.
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PF ainda não sabe a motivação
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, afirmou nesta quinta-feira, 14, não saber ainda qual era a motivação do chaveiro Francisco Wanderley Luiz, o Tiü França, ao acionar explosivos na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
Mesmo assim, a PF trabalha com as hipóteses de “ação terrorista” e “abolição violenta do Estado Democrático de Direito”.
“Determinei a instauração do inquérito policial, que foi inicialmente feito na superintendência da Polícia Federal, e o encaminhamento à Suprema Corte em função das hipóteses criminais de atos que atentam contra o Estado Democrático de Direito e também de atos terroristas.
Não sabemos ainda qual era a motivação do crime. Estamos trabalhando com essas hipóteses criminais de uma ação terrorista, mas também da ação de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.”
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