Com a aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso (foto), ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, iniciou-se a disputa pela indicação de seu sucessor na Corte. A corrida pela vaga envolve articulações entre integrantes do Executivo e do Legislativo.

No final de semana passado, Barroso pediu uma audiência com Lula para tratar de sua aposentadoria. A conversa deveria ter ocorrido nesta quarta-feira, 8, mas foi adiada em função da agenda do Presidente da República. A expectativa é que o próprio Barroso sugira o nome para substituí-lo.

No entanto, neste momento, dois nomes são apontados como os favoritos para a vaga de Barroso: o advogado-geral da União, Jorge Messias, e o ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD). Correm por fora ministro do Tribunal de Contas da União Bruno Dantas, o ministro da Controladoria-Geral da União, Vinícius Marques de Carvalho e a presidente do Superior Tribunal Militar (STM), Maria Elizabeth Rocha.

Messias é considerado um nome de confiança do presidente Lula e com um bônus: ele conta com o aval da militância do Partido dos Trabalhadores (PT). A sigla, desde a indicação de Cristiano Zanin, tem pressionado Lula a indicar um ministro que tenha feito parte da militância do partido ou que seja mais alinhado à sigla.

No caso de Rodrigo Pacheco, pesa a favor dele um pleito pessoal do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Outro que também faz lobby pró-Pacheco é o presidente do PSD, Gilberto Kassab. Kassab, conforme apurou O Antagonista, busca uma saída honrosa para o ex-presidente do Senado, que tem buscado se viabilizar na disputa pelo governo de Minas Gerais. Pesquisas internas do PSD apontam Pacheco com poucas chances de conseguir obter uma vitória no ano que vem.

Como revelou Crusoé, a ideia é Kassab é lançar Mateus Simões, hoje no Novo, para a disputa pelo governo de Minas Gerais.

Em relação a Bruno Dantas, ele é ungido pelo MDB, partido que tem se sentido preterido pelo Palácio do Planalto; Carvalho é apontado como um nome da cota pessoal do presidente e também atenderia ao PT, embora Messias seja visto como um nome mais fiel ao partido.

Em relação à Maria Elizabeth Rocha, a ministra atenderia à necessidade de indicação de uma mulher para o cargo, promessa feita por Lula à militância após a indicação de Dino no lugar de Rosa Weber. Na época, Lula indicou a pessoas próximas que poderia indicar uma mulher, caso Barroso antecipasse a sua aposentadoria. Também pesa a favor da ministra do STF o fato de ser aliada da primeira-dama Janja.

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