Primo de Elmar Nascimento é preso transportando R$1,5 milhão; PF apura desvio de emendas
Segundo a PF, o montante seria usado para pagar propinas na capital federal
Cerca de R$ 1,5 milhão em dinheiro vivo, encontrado em uma aeronave que fazia o trajeto Salvador-Brasília, tornou-se o ponto de partida para a operação Overclean, conduzida pela Polícia Federal. A investigação apura um esquema de desvio de recursos provenientes de emendas parlamentares destinadas ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs).
Entre os alvos da operação está Francisco Nascimento (União), vereador de Campo Formoso (BA) e primo do deputado federal Elmar Nascimento, líder do União Brasil na Câmara.
O vereador teria tentado descartar uma sacola com R$ 220.150 pela janela da aeronave antes de ser preso. A PF recuperou o valor. Durante as buscas, mais de R$ 1 milhão foi apreendido, com R$ 700 mil encontrados em posse de um empresário e o restante com o primo de Elmar.
Origem
Segundo a PF, o montante tem origem ilícita e seria usado para pagar propinas na capital federal, conforme descrito na decisão judicial que autorizou a ação.
Junto ao dinheiro, uma planilha detalhando contratos suspeitos foi encontrada. Os documentos listavam mais de R$ 200 milhões em contratos com irregularidades no Rio de Janeiro e no Amapá, aprofundando as suspeitas.
Outros alvos
Segundo as investigações, Lucas Lobão, ex-chefe do Dnocs na Bahia, e um empresário ainda n]ao identificado utilizavam aeronaves para movimentar os valores. Marcos Moura, apontado como líder da organização criminosa, foi identificado como responsável por coordenar os voos.
Os depoimentos apresentaram versões conflitantes: Lobão alegou desconhecer a origem do dinheiro, enquanto um dos empresários afirmou que os valores seriam fruto da venda de equipamentos. A PF, no entanto, a tese de que os montantes eram usados para abastecer um esquema milionário de corrupção.
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Overclean
Com o nome de Overclean, a operação deflagrada na última terça-feira investiga um esquema que pode ter desviado até R$ 1,4 bilhão de contratos públicos até aqui. Só em 2024, o grupo firmou acordos que somam R$ 825 milhões, segundo informações da CGU. A Controladoria também apontou um superfaturamento superior a R$ 8 milhões em contratos vinculados ao Dnocs, reforçando as suspeitas de irregularidades de grande escala.
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