PRF foi usada para tramar golpe de Estado?
Para a PF, Anderson Torres teria chefiado mais um núcleo da trama para "alteração criminosa do resultado das eleições"

A Polícia Federal viu conexão entre a investigação sobre a trama de golpe de Estado atribuída ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a suposta tentativa da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de obstrução do fluxo de eleitores no segundo turno das eleições de 2022, registrou o Uol.
Em relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) em dezembro, e remetido ao procurado-geral da República, Paulo Gonet, para análise, a PF apontou a pressão do ex-ministro da Justiça Anderson Torres para o aumento do policiamento no segundo turno, especialmente na Bahia, onde Lula teria mais votos do que Bolsonaro, sugerindo a constituição de mais um núcleo do plano de golpe.
“Os atos aqui descritos podem ser interpretados como parte da tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito e parte da tentativa de golpe de Estado, previstos nos arts. 359-L e 359-M do Código Penal, atos estes investigados no bojo da Pet 12.100/DF do Supremo Tribunal Federal, como um núcleo especialmente dedicado à alteração criminosa do resultado das eleições presidenciais“, escreveu a PF no documento.
“Houve uma atuação orquestrada deliberada pelo ministro da Justiça, empregando recursos materiais e humanos do Ministério da Justiça, da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal como força armada para criar óbices e intimidação aos eleitores do Nordeste, com a finalidade de alterar o resultado das eleições presidenciais de 2022 e favorecer a manutenção na Presidência da República de Jair Messias Bolsonaro”, continuou.
As duas investigações tramitaram separadamente na PF.
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Os núcleos da trama de golpe de Estado
Ao encaminhar o indiciamento de 37 pessoas por tentativa de golpe de Estado à PGR, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, citou seis núcleos de atuação da suposta organização criminosa.
São eles: núcleo de desinformação, núcleo responsável por incitar militares, núcleo jurídico, núcleo operacional de ações de caráter golpista, núcleo de inteligência paralela e núcleo de oficiais de alta patente.
O núcleo encabeçado por Anderson Torres para “alteração criminosa do resultado das eleições” seria o sétimo.
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