Preso do PCC é suspeito de ter sido mandante de crimes contra Moro
Oito integrantes do Primeiro Comando da Capital foram condenados por crimes contra o senador

As provas elencadas na sentença proferida pela juíza Sandra Regina Soares, da 9ª Vara Federal de Curitiba, que condenou oito integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) por crimes contra o senador Sergio Moro (União-PR), sugerem que Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho (foto), braço direito Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, na facção, é suspeito de ter sido o mandante da tentativa de extorsão mediante sequestro do ex-juiz da Lava Jato.
Segundo o inquérito que embasou a decisão, foi elaborado, em 24 de agosto de 2022, um documento impresso “contendo ‘relato sobre o cliente Gilberto’, encontrado na nuvem da conta jorgeroberto260122@icloud.com, utilizada pelo denunciado Janeferson Aparecido Mariano Gomes, com menções ao Projeto M -Parte I e Projeto M – Parte 2”.
Os investigadores acreditam que “M” se referia ao senador Sergio Moro, enquanto Gilberto fazia referência a Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho.
“Chamaram a atenção os itens 15 e 16 – Projeto M – Parte I e II, sendo possível aventar que “M” se referia à vítima Sergio Moro, sendo mais um indício da consecução de um plano criminoso contra o senador.”
Fuminho
Preso desde 13 de abril de 2020, Fuminho era considerado “o maior fornecedor de cocaína da facção”. Ele foi detido em Maputo, capital de Moçambique, durante uma megaoperação da Polícia Federal no continente africano, após permanecer foragido da Justiça durante 21 anos.
Em outubro de 2024, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) negou a possibilidade de transferência de Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, do Presídio Federal de Brasília (DF) para o sistema carcerário paulista.
A transferência de Fuminho havia sido ordenada pelo juiz-corregedor substituto da Penitenciária de Brasília, Frederico Botelho de Barros Viana, ao determinar que o criminoso cumprisse pena no sistema carcerário paulista em regime semiaberto.
Retaliação a Moro
Na sentença que condenou oito integrantes do PCC, a juíza entendeu que o PCC queria retaliar Moro pelas ações adotadas contra o crime organizado durante sua gestão à frente do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
“Conforme apurado na presente investigação, os motivos do crime estão relacionados às medidas adotadas por Sergio Moro enquanto ministro da Justiça, mais precisamente a transferência de lideranças da facção criminosa Primeiro Comando da Capital para presídios federais de segurança máxima, bem como a proibição de visitas íntimas nesses presídios, para evitar a transmissão de ordens de hierarquia. Além de concretizar vingança, os criminosos objetivavam obter vantagens materiais com a prática de sequestro, desde a revogação dessas medidas adotadas pelo ex-ministro até a difusão de sensação de pânico generalizado na população civil e em autoridades públicas, diante do ataque direto àqueles que se dedicaram ao enfrentamento do crime organizado.”
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