Presidente da Coreia do Sul sofre impeachment após tentativa de lei marcial
Na votação, realizada nas primeiras horas deste sábado, 204 dos 300 deputados apoiaram o afastamento de Yoon Suk Yeol da presidência
O Parlamento da Coreia do Sul aprovou neste sábado, 14 de dezembro, o impeachment do presidente Yoon Suk Yeol (foto), acusado de insurreição após decretar e revogar uma lei marcial em 3 de dezembro.
Com a destituição, o primeiro-ministro Han Duck-soo assume interinamente, enquanto o Tribunal Constitucional tem até seis meses para confirmar ou rejeitar a decisão.
Na votação, realizada nas primeiras horas deste sábado, 204 dos 300 deputados apoiaram o impeachment — quatro votos a mais do que o necessário. Outros 85 parlamentares se opuseram, três se abstiveram e oito votos foram invalidados.
Yoon, cuja popularidade caiu para 11%, acompanhou a sessão de sua residência oficial, sem emitir declarações.
Crise política e lei marcial
A crise política no país se intensificou desde que Yoon, inesperadamente, declarou a lei marcial. O dispositivo, que substitui a legislação civil por normas militares, incluía o fechamento do Parlamento e controle sobre a imprensa. A decisão foi rapidamente revogada em apenas seis horas devido à pressão exercida pelo Parlamento e pela população.
Após os incidentes envolvendo a lei marcial, Yoon pediu desculpas à nação pelo decreto controverso e justificou sua ação como um ato de desespero frente à resistência parlamentar às suas iniciativas. Ainda assim, ele não renunciou ao cargo.
Os eventos provocaram manifestações massivas em Seul contra o governo de Yoon Suk Yeol. Milhares protestaram diante do Parlamento exigindo sua saída.
A oposição, liderada pelo Partido Democrático, articulou a segunda moção de impeachment após o fracasso da primeira tentativa, no sábado anterior, quando governistas boicotaram a votação.
Próximos passos
O Tribunal Constitucional, composto atualmente por seis juízes — três abaixo do número ideal para deliberação —, analisará se Yoon violou a lei.
Caso o impeachment seja confirmado, o país terá 60 dias para realizar novas eleições presidenciais.
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