Polícia Legislativa negou proteção a Miranda um dia antes de o deputado depor à CPI da Covid
A Polícia Legislativa da Câmara negou proteção policial ao deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), que alertou Jair Bolsonaro do caso Covaxin. O órgão alegou que o departamento “não dispõe de efetivo e de agentes suficientes"...
A Polícia Legislativa negou proteção especial a Luis Miranda (DEM-DF), o deputado federal que alertou Jair Bolsonaro do caso Covaxin. O departamento alegou que “não dispõe de efetivo e de agentes suficientes, bem como amparo logístico adequado para a realização de serviços dessa natureza”.
O pedido de segurança permanente foi feito na semana passada, após Miranda confirmar informação publicada com exclusividade por O Antagonista sobre pressões atípicas relacionadas à aquisição da vacina indiana contra a Covid. A decisão é da última quinta-feira, um dia antes do depoimento de Miranda à CPI no Senado, mas só foi disponibilizada hoje.
No documento ao qual este site teve acesso, o diretor da Polícia Legislativa, Jasson Rocha Rodrigues, disse que 40 policiais já estão deslocados para fazer a escolta de parlamentares, entre eles Carla Zambelli e Joice Hasselmann, ambas do PSL.
“Cada solicitação de escolta atendida fragiliza e torna ainda mais precárias as já existentes, já que é necessário diminuir o número de agentes das atuais equipes para se formar uma nova”, afirmou Rodrigues.
“Diante das limitações do DEPOL em atender o pleito e da veiculação pela imprensa de que o deputado Luis Miranda e familiares serão ouvidos como testemunhas na Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado Federal, recomenda-se, então, que o serviço de proteção policial requestado seja requisitado ao Departamento da Polícia Federal”, acrescentou.
Como noticiamos ontem, antes mesmo do episódio envolvendo Miranda, Arthur Lira já havia pedido à Polícia Legislativa um levantamento detalhado sobre quantos deputados têm atualmente proteção especial.
Na avaliação de alguns integrantes da cúpula da Câmara, há parlamentares que não precisariam mais de contar com a vigilância permanente de policiais legislativos. Há um entendimento no entorno de Lira de que é necessário priorizar deputados que correm “risco real” e não “apenas são vítimas de guerra na internet”, para não “banalizar” a proteção especial. Levando em conta esse raciocínio, se enquadrariam nos casos de “risco real” deputados pelo Rio de Janeiro, como Marcelo Freixo (PSOL), Talíria Petrone (PSOL) e Jandira Feghali (PC do B). O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL), por ser filho do presidente da República, também conta com essa proteção especial.
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