Pimenta no banco de reservas
"O presidente escala a posição em que cada um vai jogar e, se precisar deixar algum no banco por um tempo, a gente fica no banco", diz o ministro da Secom
Paulo Pimenta (foto) já se resignou. É o culpado da vez pelos problemas do governo Lula, que admite apenas uma falha em seu governo: a dificuldade de se comunicar, que impede a população brasileira de enxergar as maravilhas que o petista imagina estar fazendo.
Lula reclamou da comunicação do próprio governo em seminário promovido pelo PT.
“Eu quero dizer para vocês que há um erro um equívoco meu na comunicação. O [Ricardo] Stuckert costuma dizer ‘presidente, o senhor é o maior comunicador do nosso partido, o senhor tem que falar mais’. E a verdade é que eu não tenho organizado as entrevistas coletivas, elas não têm sido organizadas”, comentou o petista.
Se Lula quisesse falar, bastaria mandar seus subordinados organizarem as entrevistas. Mas é mais fácil jogar a culpa em cima de seu ministro da Secretaria de Comunicação (Secom), que não vai espernear em público mesmo.
“A gente fica no banco”
“Tenho consciência e vejo isso de forma muito muito tranquila. O presidente escala a posição em que cada um vai jogar e, se precisar deixar algum no banco por um tempo, a gente fica no banco. A gente faz parte do mesmo projeto. O poder de decisão é de quem vai ser mais cobrado. Quem responde por tudo isso é ele”, disse Pimenta à Folha de S.Paulo.
A lealdade do ministro deve ser premiada com algum outro posto de destaque, como a Secretaria Geral da Presidência ou a liderança do governo na Câmara — Pimenta se elegeu deputado federal —, mas essa não é a primeira vez que ele é apontando como problema no governo.
Conversa antiga
No início do ano, após uma série de pesquisas de opinião mostrar queda na aprovação de Lula, a Secom preparou uma megalicitação para responder a esses mesmos incômodos do presidente sobre a comunicação.
O Antagonista soube com um dia de antecedência o resultado da disputa, que acabaria cancelada em meio a suspeitas de direcionamento.
Depois disso, Pimenta se aventurou como ministro da Reconstrução do Rio Grande do Sul, numa missão interpretada como eleitoreira, dados seus interesses políticos no estado pelo qual se elegeu deputado federal.
Mas o ministro não conseguiu nem eleger seu candidato a prefeito em Santa Maria, sua cidade natal. Hora de esquentar o banco mesmo.
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