PGR: falta de apoio do Alto Comando do Exército evitou “neutralização” de alvos

17.03.2025

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PGR: falta de apoio do Alto Comando do Exército evitou “neutralização” de alvos

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Redação O Antagonista
4 minutos de leitura 19.02.2025 08:28 comentários
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PGR: falta de apoio do Alto Comando do Exército evitou “neutralização” de alvos

A descrição contraria a narrativa de que a tentativa de golpe de Estado, incluindo eventuais atos de violência para este fim, foi evitada pela ação do STF para conter a trama golpista

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PGR: falta de apoio do Alto Comando do Exército evitou “neutralização” de alvos
Freire Gomes comandou o Exército durante o governo do ex-presidente Bolsonaro | Fotógrafo: 1º Sgt Sionir/ Exército

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou, na denúncia sobre a trama golpista após as eleições de 2022, que a falta de apoio do Alto Comando do Exército evitou “neutralização” do presidente Lula, do vice Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federeal.

“Os denunciados também encadearam ações para abolir violentamente o Estado Democrático de Direito (art. 359-L do Código Penal). Minaram em manobras sucessivas e articuladas os poderes constitucionais diante da opinião pública e incitaram a violência contra as suas estruturas. As instituições democráticas foram vulneradas em pronunciamentos públicos agressivos e ataques virtuais, proporcionados pela utilização indevida da estrutura de inteligência do Estado. O ímpeto de violência da população contra o Poder Judiciário foi exacerbado pela manipulação de notícias eleitorais baseadas em dados falsos. Ações de monitoramento contra autoridades públicas colocaram em risco iminente o pleno exercício dos poderes constitucionais.

Os alvos escolhidos pela organização criminosa somente não foram violentamente ‘neutralizados’ devido à falta de apoio do Alto Comando do Exército ao decreto golpista, que previa expressamente medidas de interferência nos poderes constitucionais.”

A descrição feita pelo PGR, na prática, contraria a narrativa de que a tentativa de golpe de Estado, incluindo eventuais atos de violência para este fim, foi evitada pela ação do STF para conter a trama golpista.

Pressão

Das páginas 163 a 181, o PGR narra:

  • a gestação do decreto golpista por Jair Bolsonaro e Filipe Martins;
  • a articulação paralela dos “kids pretos” para pressionar o Alto Comando do Exército a aderir à trama;
  • a elaboração, para este fim, da “Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa do Exército Brasileiro”, em reunião de 28 de novembro de 2022, à qual se seguiu sua publicação;
  • a ciência de Jair Bolsonaro sobre a carta (169, 179, 180);
  • a “atuação concertada” de Mauro Cid com Paulo Figueiredo, “influenciador” que “aderiu” ao “projeto golpista da organização criminosa, do qual tinha ciência prévia, e instrumentalizou a sua condição de comunicador para provocar a cooptação do Alto Comando do Exército ao movimento golpista”, tendo buscado em programas da Jovem Pan “forjar um cenário de coesão dentro do Exército Brasileiro sobre a necessidade da intervenção armada, pessoal e virtual”;
  • os trechos do depoimento do general Freire Gomes em que o ex-comandante do Exército confirmou que a publicação da carta foi realizada para pressioná-lo e que Paulo Figueiredo foi um dos responsáveis pelos ataques pessoais e caluniosos que recebeu.

Os homens que barraram o golpe

Como analisou Crusoé, com base no relatório final da Polícia Federal que embasou o indiciamento de Jair Bolsonaro (PL), os então comandantes do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, e da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Jr., resistiram às pressões de Bolsonaro, militares e ativistas para colocar em prática a trama de golpe de Estado.

“Freire Gomes e Baptista Jr. resistiram a pressões de Bolsonaro, militares e ativistas para que anuíssem com um golpe de Estado travestido de medida constitucional, como Garantia da Lei e da Ordem (GLO), Estado de Defesa, Estado de Sítio, ou intervenção militar por interpretação “anômala”, como diz a PF, do artigo 142.

Os relatórios são fartos em evidências neste sentido, porque, além de ambos terem confirmado em depoimento a postura adotada em reuniões realizadas após o segundo turno de 2022, policiais encontraram as minutas de decreto apresentadas pelo então presidente, bem como mensagens de investigados atestando e lamentando a recusa de anuência, bem como determinando retaliação.”

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Comentários (4)

Fabio B

19.02.2025 10:26

O governo petista está sendo um desastre, o judiciário está transformando este país num inferno, mas deus me livre uma ditadura bolsonarista.


Fabio B

19.02.2025 10:19

Se fizessem um filme desse rolo todo, por mais sério que tentassem ser, seria impossível não parecer um completo pastelão. Talvez algo no nível fargo pelos irmãos Coem encaixariam bem nessa patacoada que foi a tentativa de golpe bolsonarista.


Fabio B

19.02.2025 10:16

Tinha youtuber bolsonarista (o figueredo, se não me falhe a memória) que ficava convocando seguidor para fazer pressão na frente da casa do Freire Gomes para aderir ao golpe.


Marcia Elizabeth Brunetti

19.02.2025 08:55

Estão aí as provas. Porque os Bolsominios fanáticos não conseguem ver? Bozo montou todo o processo. Na medida em que não via possibilidades , mandou o gado ir na frente, e aproveitou para escapar. Os pobres diabos acreditaram . Quando não viram seu Capetão, fizeram o que deu na cabeça. A boiada estourou.


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