PF tenta tirar de Nunes Marques investigação sobre emendas
Pedido da corporação é visto como parte de um movimento para direcionar o caso ao ministro Flávio Dino

A Polícia Federal solicitou ao ministro Kassio Nunes Marques (foto), do Supremo Tribunal Federal (STF), o desmembramento da Operação Overclean, que investiga o desvio de emendas parlamentares.
A corporação quer que a investigação, envolvendo pessoas com foro privilegiado, permaneça no STF, enquanto o restante do caso seja conduzido em instâncias inferiores. A decisão cabe a Kassio.
O pedido da PF gerou reações entre ministros da Corte e é visto como parte de um movimento para direcionar o caso ao ministro Flávio Dino.
A investigação foi enviada ao STF após menções ao nome do deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil-BA), que é suspeito de envolvimento em um esquema de desvio de emendas destinadas à Bahia.
Essa solicitação de desmembramento ocorre após o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, decidir manter a relatoria da Operação Overclean com Kassio Nunes Marques, contrariando uma tentativa inicial da PF de redistribuir o caso para Flávio Dino.
Operação Overclean
A Operação Overclean investiga um esquema de corrupção envolvendo empresários e políticos na Bahia.
A PF aponta que o empresário José Marcos de Moura, conhecido como “rei do lixo”, e outros envolvidos teriam desviado recursos públicos provenientes de emendas parlamentares e convênios.
A investigação também revelou o desvio de mais de R$ 1,5 milhão, apreendido em um jatinho com destino a Brasília, como propina para servidores federais.
A operação levou à prisão de várias figuras políticas e empresários, incluindo o vice-prefeito de Lauro de Freitas, Vidigal Cafezeiro (Republicanos), e o secretário de Mobilidade Urbana de Vitória da Conquista, Lucas Moreira Martins Dias. Além disso, a PF também apreendeu cerca de R$ 4,7 milhões e veículos de luxo ligados aos envolvidos.
A primeira fase da operação, deflagrada em dezembro de 2024, resultou em 15 prisões e revelou um esquema complexo de direcionamento de emendas parlamentares para empresas e indivíduos vinculados a administrações municipais.
O esquema seria liderado por José Marcos de Moura, que tem estreitos vínculos com políticos da Bahia e foi um dos principais alvos da investigação.
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