PF afasta diretor de órgão ambiental em operação contra grilagem
A Polícia Federal investiga um suposto esquema de geração de créditos de carbono, a partir da grilagem de terras públicas no sul do Amazonas
A Polícia Federal (PF) afastou nesta segunda-feira, 9, cinco servidores do Ipamm (Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas), órgão do governo do Amazonas responsável por fiscalização e licenciamento ambientais na esfera estadual, após uma deflagrar uma operação sobre um suposto esquema de grilagem de terras, exploração ilegal de madeira e fraudes na geração de créditos de carbono na amazônia.
Segundo a PF, entre os servidores afastados está o diretor-presidente, Juliano Valente. A polícia cumpriu ainda um mandado de busca e apreensão relacionado à Dionísia Soares Campos, que trabalha como superintendente de Agricultura e Pecuária no Amazonas. Ela é filha do deputado estadual petista Sinésio Campos.
O governo do Amazonas, de Wilson Lima (União Brasil), disse ao jornal Folha de S.Paulo que “não compactua com quaisquer práticas ilícitas de seus servidores e, dessa forma, os envolvidos na operação serão afastados e exonerados de seus cargos. Todas as atividades desenvolvidas pelos órgãos estaduais são pautadas na transparência e legalidade em suas ações“.
Operação Expurgare
A operação Expurgare, deflagrada nesta segunda-feira, 9, é um desdobramento da operação Greenwashing, que culminou em prisões em junho deste ano.
A PF investiga um suposto esquema de geração de créditos de carbono, a partir da grilagem de terras públicas no sul do Amazonas. As ações criminosas teriam gerado R$ 180 milhões através da venda de créditos a grandes empresas, entre elas multinacionais.
Segundo a PF, a organização criminosa contava com apoio de servidores em cargos importantes da direção do Ipaam.
“Esses servidores utilizavam suas posições para facilitar práticas ilegais, como a emissão de licenças ambientais fraudulentas, suspensão de multas e autorizações irregulares para desmatamento.”
Os investigados já foram indiciados, em 2019, durante a operação Arquimedes. Nela, a PF investigou um esquema de pagamento de propinas por madeireiras com atuação ilegal na região.
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