Perillo chama ação da PF de “artimanha do coronel Caiado”
Ex-governador de Goiás, alvo de operação da PF, disse estar sendo alvo de "armação odienta" por fazer oposição ao atual mandatário

O ex-governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), alvo de uma operação deflagrada pela Polícia Federal (PF) sobre desvio de verbas públicas, afirmou ter sido vítima de uma “armação” promovida pelo atual governador, Ronaldo Caiado (União Brasil), a quem faz oposição no estado.
“Eu não me surpreendi porque eu já esperava por mais essa operação, por mais essa armação odienta contra minha pessoa. Depois dos vídeos que publiquei, divulguei, condenando e acusando o Caiado e o governo de Goiás, sobretudo agora recentemente pela venda a preço de banana do Estádio Serra Dourada, do Goiânia Arena e do Parque da Criança.“
A ação da PF faz parte da Operação Panaceia, que investiga possíveis desvios de recursos públicos na área da saúde entre 2012 e 2018, período em que o ex-governador comandou o estado de Goiás.
No X, Perillo compartilhou ainda um comentário de um advogado criminal sobre a operação da PF, a qual definiu como “artimanha deflagrada” do “coronel Caiado”.
O caso
De acordo com a Polícia Federal, os desvios foram realizados por meio de uma organização social que mantinha contratos com o governo estadual para fornecer serviços em dois hospitais públicos de emergência.
Essa organização foi acusada de atuar em conluio com políticos e suas empresas, desviado aproximadamente 900 milhões de reais de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS).
Parte dos valores desviados seria repassada para os próprios políticos ou para a administração da organização, configurando o crime de peculato.
Contratos vagos
A CGU também apontou que a organização social teria terceirizado serviços de maneira irregular, firmando contratos vagos, sem especificação clara de valores ou das atividades a serem prestadas.
Isso teria possibilitado pagamentos sem a devida verificação, prática confirmada nas notas fiscais. Além disso, foram identificados contratos com sobreposição de serviços, indicando ainda mais irregularidades.
A investigação sobre crimes de peculato, corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro foi iniciada em 2019. Caso os crimes sejam comprovados, as penas somadas podem superar os 40 anos de prisão.
A Operação Panaceia, que leva o nome de uma deusa da mitologia grega conhecida por curar todas as doenças, segue em andamento.
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