"Pena Justa" causa polêmica ao priorizar benefícios para detentos

17.03.2025

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“Pena Justa” causa polêmica ao priorizar benefícios para detentos

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Alexandre Borges
3 minutos de leitura 17.02.2025 11:15 comentários
Brasil

“Pena Justa” causa polêmica ao priorizar benefícios para detentos

Governo amplia benefícios a detentos enquanto brasileiros enfrentam desemprego, insegurança e crise econômica

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Alexandre Borges
3 minutos de leitura 17.02.2025 11:15 comentários 9
“Pena Justa” causa polêmica ao priorizar benefícios para detentos
Foto: Antonio Augusto/STF

O Plano Pena Justa, lançado pelo governo federal e pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) na última semana, continua gerando forte repercussão e polêmica.

A iniciativa, que propõe mudanças no sistema prisional sob a alegação de reduzir a superlotação e melhorar a ressocialização dos detentos, tem sido alvo de críticas por priorizar benefícios a criminosos enquanto a população enfrenta desemprego, inflação e uma sensação crescente de insegurança.

Entre as medidas mais controversas, o plano estabelece cotas obrigatórias para a contratação de presos e ex-presidiários por empresas que prestam serviços ao governo federal, além de permitir a redução de penas por meio de trabalho doméstico. Há ainda a flexibilização do uso de tornozeleiras eletrônicas e um pacote de incentivos para a reintegração de detentos, incluindo financiamento para educação e profissionalização.

A falta de mecanismos rigorosos de fiscalização levanta preocupações sobre o risco de que os recursos destinados ao programa acabem beneficiando facções criminosas, que controlam grande parte do sistema penitenciário.

O economista Pedro Fernando Nery apontou, em publicação na rede X, que o governo estaria “criando cotas para condenados em 60% dos contratos e permitindo a redução de pena por trabalho doméstico”, medidas que, segundo ele, chegam em um momento político crítico.

O cientista político Andrei Roman, CEO da Atlas Intel, também criticou o plano, alertando para a desconexão entre as prioridades do governo e o desejo da população.

“Diversas pesquisas mostram com clareza o que os brasileiros desejam: combater a impunidade de maneira firme e justa”, escreveu. Segundo ele, as medidas propostas pelo CNJ e pelo governo, ao invés de fortalecer a punição a criminosos, focam na redução de penas e em benefícios para detentos, o que pode ampliar a insatisfação popular e reforçar a demanda por uma política de segurança mais rígida.

Outro ponto de crítica é a inversão de prioridades. Em um país onde milhões de brasileiros enfrentam dificuldades para conseguir trabalho e educação, o Estado impõe cotas obrigatórias para detentos e financia programas exclusivos para presos.

O governo e o CNJ defendem o plano como uma tentativa de enfraquecer o crime organizado dentro dos presídios e reduzir a reincidência criminal.

O Plano Pena Justa estabelece mais de 300 metas até 2027, organizadas em quatro eixos: redução do encarceramento, melhoria da infraestrutura dos presídios, reintegração social dos detentos e monitoramento da execução penal. Estados deverão criar diretrizes próprias alinhadas à política federal, ampliando a abrangência da iniciativa.

Diante das críticas, parlamentares da oposição já indicaram que irão pressionar o governo a esclarecer como pretende evitar que o plano se transforme em mais uma porta aberta para o avanço das facções criminosas. Enquanto isso, a população segue cobrando medidas concretas para combater a criminalidade e garantir mais segurança nas ruas.

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Alexandre Borges

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Comentários (9)

Denise Pereira da Silva

17.02.2025 20:35

A justiça é cega mesmo. E nossos “iluminados” são cegos, mudos, surdos e insensíveis. Que total descaso e falta de empatia com as pessoas de bem deste país. Chega a dar nojo.


LEDI MACHADO DOS SANTOS

17.02.2025 15:05

Podemos ser assassinados em frente de casa por um celular, enfrentamos desemprego, inflação e pagamos altos impostos, pra ver o dinheiro ir direto pra bandidage


Pessoa do futuro

17.02.2025 14:57

Sim. Agora o Brasil vai pra frente! Era disso que nós precisávamos.


Fabio B

17.02.2025 13:52

Isso aí é o judiciário jogando junto com o PCC e CV.


Claudemir Silvestre

17.02.2025 13:27

É inaceitável que este Desgoverno LULA-PT e o juizes do STF continuem a passar a mão na cabeça dos bandidos, enquanto estes marginais escandalizam a sociedade com crimes brutais !! A conta do LULA vai chegar !! Eleições 2026 esta logo aí !! FORA PT !! FORA LULA !! FORA ESQUERDISTAS !!!


Luís Silviano Marka

17.02.2025 13:20

De cadeia o Presidente da República entende, e muito...


Alexandre Ataliba Do Couto Resende

17.02.2025 12:55

Que esperar do governo de um descondenado? No Brasil o crime compensa e passando isso irá recompensar.


Mauro Seraphim

17.02.2025 12:07

Mais uma vez, este governo está tratando um assunto sério a partir de uma visão eleitoreira.


MARCOS

17.02.2025 11:22

ESTÁ NA HORA DE ENCARCERAR O INOCENTE D LIBERAR OS CRIMINOSOS. BRASIL, UM PAÍS DE CRIMINOSOS.


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