Pacheco elétrico?
Integrantes do Planalto começam as negociações para uma eventual reforma ministerial que envolve do presidente do Senado e o Ministério de Minas e Energia
Integrantes do PSD e uma ala do PT começaram a negociar com o presidente Lula os primeiros movimentos para a reforma ministerial que deve ser desencadeada no início de 2025. Neste jogo, três peças são importantes: o atual ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira; o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e o atual ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
Não é segredo para ninguém que, desde o início deste ano, o Palácio do Planalto busca uma alternativa a Pacheco para que ele mantenha o protagonismo na vida pública após ele deixar a Presidência do Senado, em fevereiro próximo. Pacheco pretende disputar, em 2026, o governo do estado de Minas Gerais.
A solução para Pacheco começou a ser ventilada a partir da ala do PT ligada à presidente da Executiva Nacional da sigla, Gleisi Hoffmann. Aliados de Gleisi sugeriram a Lula que ele entregue o Ministério de Relações Institucionais a Silveira. Silveira, conforme apurou este portal, é simpático à ideia. Pelo prestígio do cargo e por abrir espaço para seu amigo e um dos principais aliados.
Com Silveira na cozinha do Palácio do Planalto, Lula abriria automaticamente o ministério de Minas e Energia para Pacheco. Como revelamos em maio, o Planalto sempre trabalhou para conceder a Pacheco um ministério com capacidade de entregas – o de Minas e Energia poderia se encaixar nesse perfil.
Cartadas para as eleições de 2026?
Com isso, o petista faria mais um gesto para se reaproximar do PSD mineiro e buscar apoio de olho nas eleições de 2026. Minas Gerais é o segundo maior colégio eleitoral do país e, por tradição, o candidato que vence por lá também conquista a eleição.
De quebra, esse arranjo também atenuaria a sanha do PSD pela presidência da Usina Hidrelétrica de Itaipu. O partido fez chegar ao Palácio do Planalto que gostaria de assumir o cargo que hoje é do ex-deputado federal Ênio Verri – amigo de Lula e integrante do grupo de Gleisi Hoffmann.
Além da presidência da binacional, o partido de Gilberto Kassab também tenta ocupar, conforme apurou O Antagonista, a diretoria jurídica, ocupada por Luiz Delazari (apadrinhado do ex-senador Requião), a diretoria administrativa, comandada por Igor Rocha (indicação do deputado federal Aliel Machado – PV) e a diretoria de coordenação, ocupada por Carlos Carboni, muito ligado a presidente do PT, Gleisi Hoffmann.
Como Requião rompeu com o PT nas eleições deste ano, essa vaga é tida como certa para o PSD, justamente para que a base de Lula consiga manter os demais cargos.
Lula, no entanto, já disse a aliados que não baterá o martelo antes do final do ano.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)