Ação do golpe: o que está em jogo no 2º dia de interrogatórios no STF?
Nesta terça-feira serão ouvidos o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres

O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta terça-feira, às 9h, as sessões de interrogatórios dos réus na ação penal que apura a tentativa de golpe de Estado ocorrida entre 2022 e 2023.
Dessa vez serão ouvidos o almirante Almir Garnier, comandante da Marinha no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres. A se depender da dinâmica das oitivas, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, pode também determinar a inquirição do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional Augusto Heleno.
A expectativa para esta terça-feira é que Alexandre de Moraes faça um interrogatório mais longo em relação a Garnier, considerado uma peça-chave no plano bolsonarista para tentar se dar um golpe de Estado.
Garnier foi o único membro das Forças-Armadas que afirmou, durante as reuniões com os militares, que colocaria suas tropas à disposição do ex-presidente da República. Houve, inclusive, mais de um encontro entre Garnier e Jair Bolsonaro para discutir esse assunto, conforme as investigações da Polícia Federal (PF).
Quando Moraes ouviu as testemunhas deste processo, ex-comandante da Aeronáutica Carlos de Almeida Baptista Júnior e o ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes deram versões distintas para a ordem de prisão dada a Jair Bolsonaro por tentar tramar contra o Estado Democrático de Direito. A expectativa é que Moraes explore todos os detalhes desse episódio.
“O general Freire Gomes tinha ficado muito chateado, porque o almirante Garnier tinha colocado as tropas da Marinha à disposição do presidente, mas que ele só poderia fazer alguma coisa com apoio do Exército. Então, o general Freire Gomes ficou chateado de terem transferido a responsabilidade para ele”, afirmou o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro em depoimento nesta segunda-feira.
“Em uma dessas reuniões, eu tenho uma visão muito passiva do almirante Garnier. Eu lembro que o Paulo Sérgio, Freire Gomes e eu conversávamos mais, debatíamos mais, tentávamos demover o presidente. Em uma dessas (reuniões), chegou o ponto em que ele falou que as tropas da Marinha estariam à disposição do presidente”, declarou em maio, o ex-comandante da FAB sobre a postura de Garnier Santos.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)