O novo depoimento de Cid à PF
Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) negou ter conhecimento sobre o suposto plano de tentativa de assassinato de Lula, Alckmin e Moraes
O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid, negou ter conhecimento do suposto plano Punhal Verde e Amarelo, que pretendia neutralizar o presidente Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em novo depoimento à Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira, 5.
A conversa com os agentes da PF durou uma hora, segundo o jornal Folha de S.Paulo.
Pela primeira vez, Cid foi perguntado sobre o plano de assassinatos das autoridades.
O diretor-geral da PF, Andrei Passos, já havia informado que Cid seria ouvido nesta quinta-feira, 5.
Segundo Andrei, a PF não pediu o cancelamento do acordo de delação premiada de Cid, mas fez um relatório para apurar possíveis omissões e contradições nos depoimentos dele.
Leia também: “Moraes mantém delação premiada de Mauro Cid”
Moraes manteve acordo
Na última vez que Cid prestou depoimento à PF, em 21 de novembro, Moraes confirmou a manutenção da validade do acordo de delação premiada:
“Após três horas de audiência, o ministro Alexandre de Moraes confirmou a validade da colaboração premiada de Mauro Cid. O ministro considerou que o colaborador esclareceu as omissões e contradições apontadas pela Polícia Federal. As informações do colaborador seguem sob apuração das autoridades competentes“, publicou o STF.
Moraes intimou Cid a dar explicações por quais razões ele teria omitido da sua delação premiada as mensagens trocadas com militares da reserva sobre supostos planos para uma tentativa de golpe de Estado, conforme revelou a Operação Contragolpe.
PF indiciou Cid, Bolsonaro e mais 35
Mauro Cid está entre os 37 indiciados pela PF, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no inquérito que apura a tentativa da execução de um golpe de Estado no Brasil pelos crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.
Além dele, também foram indiciados ex-integrantes do Poder Executivo, os ex-ministros Walter Braga Netto, Augusto Heleno e Anderson Torres, o deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin), Alexandre Ramagem, e o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar da Costa Neto.
“As provas foram obtidas por meio de diversas diligências policiais realizadas ao longo de quase dois anos, com base em quebra de sigilos telemático, telefônico, bancário, fiscal, colaboração premiada, buscas e apreensões, entre outras medidas devidamente autorizadas pelo poder Judiciário”, escreveu a PF em nota oficial divulgada nesta quinta-feira.
Segundo a Polícia Federal, oficiais das Forças Armadas, assessores palacianos e ex-ministros de Estado, sob a coordenação de Jair Bolsonaro, participaram de reuniões em que se discutiram a possibilidade de se instituir um golpe de Estado.
Leia também: “O papel dos indiciados em suposta tentativa de golpe de Estado”
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Comentários (2)
FRANCISCO JUNIOR
05.12.2024 22:44Angelo Sanchez, a sua pergunta é séria mesmo?
Angelo Sanchez
05.12.2024 20:53Afinal, qual o crime de Mauro Cid, ???ele está preso, sob tortura branca, para informar o que sabe sobre o dia 08/01, onde um corrupto “descondenado” já estava governando e só ele era responsável para blindar todos os espaços da esplanada, onde os indignados com o resultado das eleições invadiram áreas públicas.