Nova PEC da Segurança impede preso de votar e traz referendo sobre maioridade
Relator na Câmara dos Deputados promoveu uma série de mudanças na Proposta de Emenda à Constituição de autoria do governo
O relator da chamada PEC da Segurança Pública, deputado Mendonça Filho (União-PE), apresentou nesta terça-feira, 9, aos líderes da Casa e em coletiva de imprensa, o seu parecer sobre o texto. O parlamentar promoveu uma série de mudanças na Proposta de Emenda à Constituição, de autoria do governo federal.
Mendonça Filho incluiu no texto as previsões de que presos provisórios têm seus direitos políticos suspensos – ou seja, não podem votar nas eleições – e de que, em 2028, será realizado um referendo popular sobre redução da maioridade a 16 anos para criminosos envolvidos com crime organizado e crime violento.
“Se porventura o preso provisório perdeu o direito à liberdade de ir e vir, como é que ele vai exercer o direito ao voto, que é uma responsabilidade política enorme? Boa parte dos presídios no Brasil está contaminada e dominada por facções, então você está delegando a pessoas que estão privadas de liberdade a escolha da representação política, contaminando, a meu ver, o processo político-eleitoral brasileiro“, argumentou o relator.
“Então, se ele foi privado do direito essencial que é o direito à liberdade, por que ele não pode ser privado do direito ao voto? Eu acho que é uma resposta que temos que oferecer à sociedade brasileira. Não podemos estar, no processo eleitoral, reservando urnas para colher o voto de pessoas que estão privadas de liberdade“.
Sobre a eventual redução da maioridade penal, ele disse que colocou o tema para o debate. “Esse é um tema que envolveria, se por ventura ele for acolhido na Casa, um referendo, que estamos tirando, inclusive, de 2026 para 2028, para que você não possa politizar eleitoralmente um debate que está muito acalorado ente direita e esquerda, mas a sociedade precisa se posicionar e se pronunciar com relação a isso”.
Para o relator, “pessoas que cometem crimes violentos entre 16 e 18 anos não podem ficar impunes com três anos em regime socioeducativo. A gente tem que mudar o regime. É o que eu defendo. Mas eu respeitarei a vontade da maioria da Casa”.
A versão de Mendonça Filho da PEC também acaba com a progressão de regime para faccionados e condenados por crimes violentos. Além disso, estabelece regra de transição para as Guardas Municipais tornarem-se polícias municipais; e mantém o nome da Polícia Rodoviária Federal (PRF), apesar de, como a versão do governo, ampliar a competência dela para atuar em ferrovias e hidrovias. Assim como no texto original, a competência da Polícia Federal (PF) é ampliada, para atuar contra os crimes ambientais.
Cronograma para a votação
Mendonça Filho e o presidente da comissão especial que está analisando a PEC, deputado Aluísio Mendes (Republicanos-MA), devem se reunir com o ministro da Justiça e Segurança Publica, Ricardo Lewandowski, para discutirem o substitutivo apresentado pelo relator.
“O debate está aberto, o texto não está fechado. Ele está apresentado, mas ele pode ser modificado até o dia votação, que será terça-feira da próxima semana”, afirmou o parlamentar do União Brasil.
A previsão é que o relator faça a leitura do seu parecer na comissão especial na quarta-feira, 10, e que, na sequência, seja concedida vista por duas sessões. Assim, a votação na comissão ocorreria no dia 16 de dezembro.
“Sendo votado, estará apto para seguir para o plenário. Pode ser na própria terça-feira ou na quarta-feira da próxima semana”, ressaltou o relator.
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Comentários (1)
Rosa
09.12.2025 14:56Até aqui, bom.....