“Ninguém sabia”, diz vice da Câmara sobre Eduardo ficar nos EUA
Deputado Altineu Côrtes afirmou que o PL "respeita" a "corajosa" decisão do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro

O ex-líder do PL e vice-presidente da Câmara dos Deputados, Altineu Côrtes, afirmou nesta terça-feira, 18, que a decisão do Eduardo Bolsonaro de permanecer nos Estados Unidos e se licenciar do cargo de congressista não foi discutida com integrantes da sigla.
Segundo Côrtes, o PL “respeita” a decisão.
“Foi uma decisão pessoal e corajosa. Soubemos no momento em que ele comunicou a todos, ninguém sabia. Ele não tinha comentado nada, mas o partido respeita a decisão dele”, afirmou.
Eduardo era cotado para assumir a Comissão de Relações Exteriores da Câmara, que lhe serviria de plataforma para seguir em sua batalha contra o ministro Alexandre de Moraes, o principal algoz de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) — a Primeira Turma do tribunal julga em 25 de março se aceita a denúncia por tentativa de golpe de Estado apresentada contra o ex-presidente e 32 de seus aliados.
Para o seu lugar, o congressista afirmou que o líder da oposição na Câmara, coronel Zucco, assumiria a comissão. Altineu, contudo, disse que o nome está sendo analisado.
“O nome vai ser decidido ainda, pode ser o Zucco ou outro nome. O Zucco tem muita relação com Eduardo, mas ele tem feito um super trabalho na liderança da oposição”, afirmou Côrtes.
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Vídeo de Eduardo
Nesta terça-feira, 18, Eduardo divulgou um vídeo para dizer que vai se licenciar da Câmara e permanecer nos Estados Unidos. Ele classificou a decisão como a “mais difícil” de sua vida.
“Tornei-me deputado para representar o povo paulista no melhor interesse da minha nação. O que o ministro da Suprema Corte Alexandre de Moraes e os seus cúmplices estão tentando fazer é usar justamente o meu mandato como cabresto, como ferramenta de chantagem e coação do regime de exceção. Como instrumento para me prender e impedir que eu represente os melhores interesses para o meu país”, diz o deputado em vídeo gravado na rua nos Estados Unidos.
Ele segue no vídeo:
“Seria mais confortável ficar quieto recebendo um excelente salário e fingindo defender os paulistas e meus irmãos brasileiros do que enfrentar esse sistema covarde e desumano. Mas eu não aceitei esse chamado para ter conforto ou comodidade. Eu aceitei esse chamado para defender os valores da nossa civilização. Aceitei essa vocação como um compromisso, não só com a minha família e a minha nação, mas como uma aliança com Deus, um voto de lealdade que apenas um homem com caráter e fé pode entender.
Não irei me acovardar, não irei me submeter ao regime de exceção e os seus truques sujos. Assim sendo, da mesma forma que eu assumi o mandato parlamentar para representar a minha nação, eu abdico temporariamente dele para seguir bem representando esses milhões de irmãos de pátria que me incumbiram dessa nobre missão.“
Carreira
Em 2003, Eduardo Bolsonaro começou a carreira política registrado como ocupante de um cargo em Brasília, no gabinete da liderança do PTB de Roberto Jefferson, enquanto fazia faculdade de Direito na Universidade Federal do Rio de Janeiro, como revelou a BBC em 3 de outubro de 2019.
O salário era de 3.904 reais por mês, ou 13.486,65 reais mensais em valores corrigidos pela inflação. Eduardo ficou 16 meses registrado na função de assistente técnico e seu nome deixou de constar no cargo em 2004, quando surgia o Orkut, primeira rede social a fazer sucesso no Brasil. A internet ainda engatinhava, mas Eduardo já havia se especializado em compromissos à distância.
A Câmara dos Deputados ainda afirmou que os cargos de natureza especial, como aquele, “têm por finalidade a prestação de serviços de assessoramento aos órgãos da Casa, em Brasília. Desse modo, não possuem a prerrogativa de exercerem suas atividades em outra cidade além da capital federal”.
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Comentários (4)
Fabio B
18.03.2025 16:50"Foi uma decisão pessoal e corajosa." kkkkk, Fujão e covarde igual ao pai.
Angela
18.03.2025 16:35Huuuum🤔
Ita
18.03.2025 15:38Como diria um amigo meu: " aí tem truta!" está fugindo de algo
Luiz Filho
18.03.2025 14:41Bananinha não se acovardará. O kgão já fugiu. Também não passará vergonha na presidência de uma comissão, onde mostraria seu pouco intelecto.