“Ninguém fica feliz por condenar”, diz Sérgio Moro
Na entrevista exclusiva a O Antagonista, Sérgio Moro disse ainda que a nova decisão do Supremo "transcende a Lava Jato" e que a Justiça "ganhará em celeridade" ao desestimular "os recursos meramente protelatórios"."É razoável esperar um ganho de eficiência em todo o sistema processual penal"...
Na entrevista exclusiva a O Antagonista, Sérgio Moro disse ainda que a nova decisão do Supremo “transcende a Lava Jato” e que a Justiça “ganhará em celeridade” ao desestimular “os recursos meramente protelatórios”.
“É razoável esperar um ganho de eficiência em todo o sistema processual penal.”
Moro ressaltou que todo réu terá ainda a possibilidade de recorrer excepcionalmente aos tribunais superiores, que poderão suspender provisoriamente os efeitos da condenação de segundo grau. “O condenado não fica destituído totalmente da possibilidade de amparo caso demonstre alguma plausibilidade em seu recurso.”
Ele explicou também que a prisão cautelar, antes do julgamento, permanece sendo uma exceção, não a regra. E ressaltou a responsabilidade do juiz na condenação de qualquer pessoa. “A magistratura já encarava com bastante seriedade a responsabilidade de emitir um juízo condenatório. Ninguém fica feliz por condenar criminalmente alguém. É algo muito sério e deve ser feito com muito cuidado, só com base em prova categórica.”
Moro disse também que “nenhum sistema de Justiça humano é infalível, mas não se pode tornar todo o aparato ineficaz diante da possibilidade do erro”. “Erros judiciários poderão ser cometidos antes ou depois da decisão do STF.” Se alguém é preso e depois absolvido, o remédio é a reparação econômica.
Leia os outros trechos da entrevista exclusiva com Moro aqui e aqui.
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