Moraes cita “extrema periculosidade” de Braga Netto
Em sua decisão, o ministro do STF caracterizou o general como membro de um “grupo criminoso articulado”
Na decisão que determinou a prisão do general Walter Braga Netto, o ministro Alexandre de Moraes (foto), do Supremo Tribunal Federal (STF), classificou o ex-ministro como um investigado de “extrema periculosidade”.
Braga Netto é o primeiro general quatro estrelas preso na era democrática. Ele é investigado por suposta participação no planejamento e financiamento da tentativa de golpe após a eleição de Lula em 2022.
A prisão ocorreu neste sábado, 14, após Braga Netto retornar de uma viagem. O ex-ministro da Defesa durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL) foi detido em sua residência, no Rio de Janeiro, e levado para a Vila Militar, onde permanecerá em cela especial.
Em sua decisão, Moraes afirmou que as provas coletadas indicam a “extrema periculosidade” dos envolvidos e caracterizou Braga Netto como membro de um “grupo criminoso articulado”.
A prisão foi justificada pelo “perigo gerado pelo estado de liberdade” de Braga Netto, que, segundo o ministro do Supremo, continuava a tentar embaraçar as investigações.
A investigação, que integra a Operação Contragolpe, aponta que o general chefiou um suposto “gabinete de crise” e aprovou o planejamento operacional da suposta tentativa de golpe, que incluía estratégias de comunicação e redes de inteligência para conquistar apoio nacional e internacional.
Também teria financiado as ações golpistas com dinheiro entregue em uma sacola de vinho e participado de planos para sequestrar e assassinar figuras-chave, como o ministro Alexandre de Moraes.
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A prisão de Braga Netto
A prisão prisão de Braga Netto é parte da Operação Contragolpe, que apura uma tentativa de golpe de Estado e supostos planos de assassinato do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
O general Walter Braga Netto está sob custódia do Comando Militar do Leste, na Vila Militar, zona oeste do Rio de Janeiro.
A defesa alega que ele “não tomou conhecimento de qualquer documento relacionado a um suposto golpe”. Até o momento, não houve declaração oficial sobre a prisão.
Segundo o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, há “fortes indícios” de que Braga Netto teve um papel mais relevante do que inicialmente identificado.
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