Membro do MBL agredido por Glauber critica acordo sobre processo de cassação
Presidente da Câmara anunciou que não vai pautar processo de cassação contra deputado do Psol no plenário neste semestre

O militante do Movimento Brasil Livre (MBL) Gabriel Costenaro, que foi agredido fisicamente pelo deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ) em 16 de abril do ano passado, criticou na quinta-feira, 17, a decisão do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), de não pautar neste semestre o processo de cassação contra o parlamentar no plenário.
“Criou-se o precedente para conseguir as coisas no Congresso Nacional. Quer pautar a anistia? Só juntar uns parlamentares e fazerem uma greve de fome. Fez merda e quer adiar uma cassação? É só dormir no meio do salão verde e falar que também fará uma greve de fome. É só fazer greve de fome que tudo acontece”, escreveu Costenaro no X (antigo Twitter).
No dia 9 de abril, o Conselho de Ética da Câmara aprovou, por 13 votos a 5, o parecer de Paulo Magalhães (PSD-BA) favorável à cassação do mandato do integrante do Psol. Na análise de representação do Novo contra o congressista, o relator votou pela aplicação da pena de perda do mandato, por quebra do decoro parlamentar, devido ao fato de Glauber ter agredido fisicamente Costenaro.
Em 16 de abril de 2024, Glauber expulsou o militante da Câmara com empurrões e chutes. Naquela data, o deputado disse que Costenaro tem histórico de violência doméstica e de outras intimidações contra correligionários, incluindo uma suposta ameaça à mãe de um integrante do Psol no Rio de Janeiro.
Em sua defesa no processo do Conselho de Ética, o deputado do Psol argumentou que suas ações foram uma resposta a provocações persistentes por parte do militante.
Como forma de protesto contra o processo, Glauber ficou mais de uma semana sem sair da Câmara dos Deputados e fazendo greve de fome, até esta quinta-feira.
Na quinta, Hugo Motta anunciou um acordo para dar fim ao protesto. Segundo Motta, o processo de cassação do deputado, não deve ir a plenário em menos de 60 dias após passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), para que Glauber tenha tempo de fazer sua defesa.
“Em diálogo com a deputada Samia Bomfim (Psol-SP) e o líder do PT, Lindberg Farias (RJ), avançamos para o fim da greve de fome do deputado Glauber Braga (Psol-RJ). Garanto que, após a deliberação da CCJ, qualquer que seja ela, não submeteremos o caso do deputado ao Plenário da Câmara antes de 60 dias para que ele possa exercer a defesa do seu mandato parlamentar. Após este período, as deputadas e os deputados poderão soberanamente decidir sobre o processo”, escreveu Motta. Glauber voltou a ingerir alimentos e saiu da Câmara.
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Comentários (3)
Fabio B
18.04.2025 18:01Mas só pra constar, esse Costenaro não é mais do MBL faz tempo. Se desligou do movimento para seguir seu projeto individual. Parece que agora está tentando se alinhar com o bolsonarismo, ou pelo menos pescar algum apoio com os acéfalos idólatras do mito... Vai saber.
Fabio B
18.04.2025 17:56O Bolsonarismo é uma piada, eles só entregam e entregam. Não sei o que esse tapado espera ganhar em troca ou se só está jogando para a plateia para adiar o inevitável. Mas me lembra bem o governo Bolsonaro que abria as pernas para o STF e para o Centrão em troca de blindagem.
Marian
18.04.2025 16:46Dá uma inveja danada de países organizados, com seus representantes pensando no país e não em si. A gente tenta, vota com esperança, trabalha, paga uma carga altíssima e o que recebemos em troca?