O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta sexta-feira, 13, que o governo italiano deve extraditar “em breve” a deputada federal licenciada Carla Zambelli.

Ela foi condenada a dez anos de prisão, perda do mandato e ao pagamento de multa, por invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserção de documentos falsos.

Lewandowski destacou o tratado de extradição entre os governos do Brasil e da Itália, ao mencionar o caso de Zambelli.

“Já existe alguma ideia de onde ela esteja, e imaginamos que ela em breve será extraditada. Existem precedentes fortes de cooperação entre os dois países, Brasil e Itália. Nós temos um tratado de cooperação. A dupla nacionalidade, tendo em conta aquilo que se encontra consignado no tratado, não impede a extradição, até porque, ao contrário do que acontece com a Constituição brasileira, a Constituição italiana não impede que cidadãos italianos sejam extraditados”, afirmou, acrescentando:

“Como impera o princípio da reciprocidade, nós esperamos que o governo italiano extradite essa senhora para o Brasil o mais brevemente possível“, disse.

O Itamaraty já entregou o pedido de extradição de Zambelli ao Ministério das Relações Exteriores italiano.

Pedido de prisão

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou no sábado, 7, a execução da prisão da parlamentar após a Primeira Turma ter rejeitado os últimos recursos apresentados por Zambelli.

Ao rejeitar os embargos, ministro classificou o recurso da defesa como “meramente protelatório” e disse que os argumentos revelam “mero inconformismo com a conclusão adotada”.

Trata-se de uma mudança na jurisprudência do STF: desde o julgamento do mensalão, o tribunal só considerava protelatórios os segundos recursos negados.

No caso de Zambelli, este foi o primeiro embargo.

Zambelli está foragida desde o fim de maio, quando saiu do Brasil por via terrestre rumo à Argentina e embarcou de avião para os Estados Unidos.

Na quinta-feira, 5, confirmou estar na Itália.

A Interpol incluiu seu nome na lista vermelha a pedido do STF, o que a torna procurada em 196 países.