Leonardo Barreto na Crusoé: A verdade na análise política
Conclusão feita por protagonista de "O Nome da Rosa" chama atenção para a delicada interação entre o fenômeno observado e o observador
Há livros que não se pode ler deitado. A frase, de um antigo professor, pode ser aplicada ao romance O Nome da Rosa, do acadêmico italiano Umberto Eco, que usa a investigação de assassinatos em série em uma abadia na Idade Média para desfilar seu profundo conhecimento sobre o processo de consolidação da Igreja Católica, em especial sua interação com o poder secular e com seus movimentos internos de contestação – no livro, o embate teológico mostra o grande abalo representado por São Francisco de Assis e a questão da pobreza sobre o papado.
O protagonista é um frade inglês chamado Guilherme de Baskerville, nome propositadamente escolhido para fazer uma referência bem-humorada ao detetive Sherlock Holmes, do escritor Sir Arthur Conan Doyle, que atendia no número 221 da Baker Street. O assistente de Sherlock se chamava Watson e o par de Guilherme atendia por Adso, um noviço alemão.
Guilherme é convocado para resolver um suicídio mal esclarecido ocorrido em uma imponente abadia no norte da Itália. Decifrar o mistério era importante porque, nos dias seguintes, o local receberia um encontro entre enviados do papa e franciscanos para tentar endereçar a solução de uma divisão teológica que estava gerando fragmentação e violência. Durante a investigação, outras mortes misteriosas ocorrem e forçam Guilherme a testar toda a sua capacidade dedutiva.
Tentando não dar spoiler, embora o livro já tenha 44 anos de sucesso na praça, Guilherme se encontra no final da trama com o responsável pela série de mortes. Em uma conversa face a face, típica desse tipo de romance, na qual o bandido esclarece seus motivos e o mocinho se gaba dos insights que o levaram à verdade, Guilherme revela, no entanto, estar constrangido.
Embora…
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