Kim Kataguiri quer mudar Constituição para permitir bomba nuclear
Deputado diz que objetivo é defesa do país; Brasil não tem ogiva nem programa militar atômico
O deputado Kim Kataguiri, do União Brasil de São Paulo, apresentou uma proposta de emenda à Constituição para autorizar o Brasil a desenvolver armas nucleares. O texto, protocolado na terça, 8, elimina da Carta de 1988 a exigência de que toda atividade nuclear tenha apenas fins pacíficos.
A proposta ficou conhecida como PEC da Bomba Nuclear. Ela prevê que o país possa, no futuro, criar armamentos atômicos apenas em situações de emergência nacional. O uso seria permitido em casos de invasão estrangeira ou ameaça real de armas de destruição em massa contra o território brasileiro.
Segundo Kataguiri, a medida busca garantir uma capacidade de dissuasão diante das tensões internacionais. O deputado cita o fortalecimento militar de potências como China, Estados Unidos, Irã e Coreia do Norte. Ele afirma que a proposta “não prega o belicismo, mas a preservação da paz por meio da força”.
Hoje, a Constituição brasileira proíbe o uso militar da energia nuclear e o país é signatário de tratados internacionais que impedem a fabricação e o teste de bombas atômicas.
O Brasil aderiu ao Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares em 1998 e ao Tratado de Tlatelolco, que veda armas nucleares na América Latina e no Caribe. Para adotar o texto de Kataguiri, o país teria de se retirar dessas convenções, o que exigiria trâmites diplomáticos complexos.
Apesar de possuir tecnologia para enriquecer urânio e operar usinas civis, o Brasil não tem bomba nuclear nem infraestrutura para desenvolvê-la rapidamente. O país domina o enriquecimento de urânio em baixa escala para abastecer Angra 1 e Angra 2, operadas pela Eletronuclear. Angra 3 está prevista para começar a funcionar em 2028.
A proposta ainda está em fase inicial. Para começar a tramitar, precisa de 171 assinaturas de deputados. Depois, será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara e votada em dois turnos no Plenário. Caso aprovada, seguirá para o Senado. Até agora, o texto não tem previsão de votação.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (8)
Fabio B
09.10.2025 13:51Frederico Edwino Fuhrmeister, pobre Brasil que não percebe toda a qualidade e grandeza do Kim. Veja os argumentos dele antes de sair julgando por causa de manchete.
Frederico Edwino Fuhrmeister
09.10.2025 12:50Pobre Brasil, com esse tipo nos representando.
Fabio B
09.10.2025 10:09O Brasil tem um território enorme e riquezas estratégicas. Não somos um país qualquer. O mundo que vivemos hoje não é mais o “paz e amor” do pós-Segunda Guerra. A Rússia invadiu a Ucrânia, a China pressiona Taiwan e tensões entre potências só aumentam. Não se trata de saudade de guerra, mas de realismo. Preparar-se para o pior e investir em capacidade e pesquisa é prudência, sim. Além que pesquisas estratégicas têm até efeitos positivos civis incontáveis. Dito isso, desenvolver arsenal nuclear não é simples, exigiria décadas, investimento e custos diplomáticos enormes. Ser conservador é planejar e se preparar para o pior, e de fato esse passo, sim, protegeria nossa soberania, não as peças de marketing do governo atual.
Marian
09.10.2025 09:23Que idéia de jerico! Gostaria que a Venezuela tivesse uma bomba também? Ei, raciocina!
Marcia Elizabeth Brunetti
09.10.2025 07:47Gostaria de ouvir esse projeto pois sei que o Kim é inteligente e foge do estilo político padrão . Não sei a urgência dessa arma, mas que nosso exercito está despreparado para defesa isso sem dúvidas.
Márcio Roberto Jorcovix
09.10.2025 07:25Assunto polêmico este. Como tem um monte de louco espalhado pelo mundo, vamos dar uma de loucos também. Mesmo porque os fins pacíficos dependem de quem está no poder
EDWIN ISMAEL AULAR OSORIO
09.10.2025 07:20Depois Argentina vai querer uma e depois outro país vai querer também.
Fabio B
09.10.2025 06:22A bomba nuclear que uma nova constituição permitiria é a de punir criminoso e cortar mamata do alto funcionalismo público.