Itamaraty busca saída para autoridades brasileiras retidas em Israel
Grupo inclui prefeitos de Belo Horizonte e de João Pessoa, que participavam de missão oficial durante a escalada do conflito

O Ministério das Relações Exteriores informou neste sábado, 14, que estuda uma rota alternativa pela Jordânia para retirar cerca de 41 autoridades brasileiras que estão em Israel. As duas comitivas — uma formada por prefeitos e representantes municipais e outra por integrantes do Consórcio Brasil Central — ficaram presas no país após o fechamento do espaço aéreo e a escalada do conflito entre Israel e Irã.
A viagem coincidiu com o ataque israelense à infraestrutura nuclear do Irã, na quinta-feira, seguido por uma retaliação iraniana com lançamento de drones e mísseis. Com isso, os brasileiros precisaram buscar abrigo em bunkers.
Os prefeitos Álvaro Damião (foto; Belo Horizonte) e Cícero Lucena (João Pessoa) estão entre os que integram o grupo.
Em nota, o Itamaraty informou que a embaixada em Tel Aviv acompanha a situação e tem mantido contato com autoridades israelenses.
O governo brasileiro também articula uma possível saída terrestre até a Jordânia, de onde os brasileiros poderiam embarcar de volta.
Apesar das negociações, as autoridades israelenses continuam recomendando que as comitivas estrangeiras permaneçam no país até que haja segurança para deslocamentos.
Parlamentares do grupo Brasil-Israel acusaram o governo Lula de se alinhar a “forças do terror” e dificultar a evacuação dos brasileiros. Em nota assinada pelo senador Carlos Vianna (Podemos-MG), o grupo afirmou que a posição do governo compromete as negociações para retirada das comitivas em segurança.
Itamaraty condena ataque de Israel
Na sexta, o Ministério de Relações Exteriores brasileiro divulgou uma nota em que condenou a ofensiva aérea israelense, sem qualquer crítica ao programa nuclear iraniano ou ao financiamento iraniano de grupos terroristas que atacam Israel.
Não há qualquer menção ao direito de defesa israelense — algo que o presidente francês Emmanuel Macron fez em sua declaração no X.
“A França condenou repetidamente o programa iraniano em andamento e tomou todas as medidas diplomáticas para esse fim. Neste contexto, a França reafirma o direito de Israel de se proteger e garantir sua segurança“, escreveu Macron.
A nota ainda diz que “os ataques ameaçam mergulhar toda a região em conflito de ampla dimensão, com elevado risco para a paz, a segurança e a economia mundial“.
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