As instituições resistem ao espírito liberticida
O editorialista do Estadão, desesperado com o resultado das pesquisas, passou os últimos dias atacando a elite, a Lava Jato e o PSDB. Hoje ele admitiu que, independentemente de quem for eleito, a democracia brasileira deve resistir...
O editorialista do Estadão, desesperado com o resultado das pesquisas, passou os últimos dias atacando a elite, a Lava Jato e o PSDB.
Hoje ele admitiu que, independentemente de quem for eleito, a democracia brasileira deve resistir:
“A conturbada história recente do País, contudo, mostra que as instituições democráticas, se não são capazes de prover estabilidade e de evitar crises, vêm se saindo razoavelmente bem dos vários testes de estresse a que foram submetidas, e nada indica que não estejam prontas para continuar a resistir à ação final dos que pretendam exercer o poder pela força ou pela corrupção.
A memória recente registra, por exemplo, a tentativa do lulopetismo de submeter permanentemente a administração pública federal a ‘conselhos populares’ – uma forma desavergonhada de aparelhamento do Executivo, próprio de ditaduras. A iniciativa se deu no final do primeiro mandato do governo de Dilma Rousseff e tinha como objetivo oficial ‘fortalecer e articular os mecanismos e as instâncias democráticas de diálogo e a atuação conjunta entre a administração pública federal e a sociedade civil’ (…).
Essa iniciativa de Dilma, contudo, nem faz sombra à investida lulopetista contra o Congresso, por meio dos esquemas de corrupção conhecidos como mensalão e petrolão. Ao comprar ou alugar parlamentares com dinheiro desviado de contratos com estatais e órgãos públicos, o lulopetismo e seus associados no governo pretendiam degradar a atividade política com o objetivo de governar sem oposição e eternizar-se no poder. Mais uma vez, contudo, a estrutura institucional do País resistiu a esse assalto – e o Judiciário, apesar dos pesares, cumpre sua função de punir os responsáveis pela roubalheira, inclusive o demiurgo Lula da Silva (…).
Assim, ainda que se possa e se deva fazer ressalvas ao comportamento do Congresso e do Judiciário – especialmente no caso de parlamentares cujas práticas fisiológicas e paroquiais se sobrepõem ao interesse nacional, ou no caso dos magistrados que se julgam no dever de ‘purificar’ a política, nem que para isso seja necessário destruí-la –, o fato é que essas instituições, se não evitam crises, têm impedido que se consuma a ruptura da democracia no País. É de esperar que o sistema, por mais trôpego que seja, continue a garantir a democracia mesmo na hipótese de vitória de um desses candidatos que hoje mal escondem seu espírito liberticida.”
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