Francisco Wanderley Luiz, identificado como o responsável pelas explosões que ocorreram na quarta-feira, 13, na Praça dos Três Poderes, em Brasília, deixou um histórico de discursos “patrióticos” e valores conservadores em sua breve carreira política.

Candidato a vereador pelo PL na cidade catarinense de Rio do Sul em 2020, Francisco, conhecido como Tiü França, havia utilizado o lema “Ame tua casa, ame teu país, seja patriota” na campanha. Ele prometia, então, atuar com “paz, amor, generosidade, sinceridade, perdão e humildade”. Na ocasião, ele obteve apenas 98 votos e não conseguiu uma vaga na Câmara Municipal.

Naquele ano, Francisco declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de 263 mil reais, incluindo quatro veículos e um imóvel de dois andares na área urbana da cidade, que possui cerca de 72 mil habitantes e fica a 188 quilômetros de Florianópolis.

Entre 2020 e 2021, ele recebeu auxílio emergencial no valor total de 4.650 reais, conforme registros do portal da transparência, o que contrastou com os bens declarados. Em sua campanha, ele gastou apenas 500 reais com serviços contábeis.

As explosões na Praça dos Três Poderes

Francisco é apontado como responsável por duas explosões consecutivas, registradas primeiro em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) e, segundos depois, no anexo 4 da Câmara dos Deputados. Segundo as autoridades, ele teria ativado os artefatos antes de acionar um último explosivo que o matou.

A Polícia Federal abriu um inquérito para investigar as motivações por trás do atentado e considera o caso de extrema gravidade. O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, afirmou que “todas as hipóteses estão em análise”, incluindo a possibilidade de colaboração com redes extremistas.

O incidente gerou uma resposta imediata das forças de segurança, com o fechamento da Esplanada dos Ministérios como medida de precaução e a mobilização do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar no local. O secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar, ressaltou a importância de reforçar as barreiras de segurança na região. No Congresso, a Polícia Legislativa recomendou que parlamentares aguardassem informações adicionais antes de decidir pela continuidade das votações.

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