“Há um constrangimento”, diz Múcio após PGR denunciar Bolsonaro
Ministro da Defesa já sugeriu, em outra ocasião, a soltura de inocentes ou de quem teve menor participação nos atos de 8 de janeiro de 2023

O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou nesta terça-feira, 18, que a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros militares representa um “constrangimento”, segundo revelou o jornal O Globo.
“É o que estávamos esperando, há um constrangimento. Mas é bom que isso acaba“, disse Múcio.
Neste mês, o ministro sugeriu a soltura dos inocentes ou de quem teve menor participação nos atos de 8 de janeiro de 2023 para ajudar a “pacificar” o país.
“Eu acho que na hora que você solta um inocente ou uma pessoa que não teve um envolvimento muito grande (no 8 de janeiro) é uma forma de você pacificar [o país]. Esse país precisa ser pacificado. Ninguém aguenta mais esse radicalismo. A gente vive atrás de culpados”, afirmou Múcio no programa Roda Viva, da TV Cultura.
Denúncia da PGR
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, denunciou nesta terça-feira, 18, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelos crimes de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. O material foi remetido ao ministro do STF Alexandre de Moraes, relator dos processos relacionados à suposta trama golpista após as eleições de 2022.
“O SR. JAIR MESSIAS BOLSONARO pelos crimes de liderar organização criminosa armada (art. 2º, caput, §§2º, 3º e 4º, II, da Lei n. 12.850/2013), tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito (art. 359-L do CP), golpe de Estado (art. 359-M do CP), dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima (art. 163, parágrafo único, I, III e IV, do CP), e deterioração de patrimônio tombado (art. 62, I, da Lei n. 9.605/1998), observadas as regras de concurso de pessoas (art. 29, caput, do CP) e concurso material”, denuncia o PGR.
Gonet resolveu fatiar a denúncia e, além de Bolsonaro, foram denunciadas 33 pessoas, entre as quais, os generais Walter Braga Netto, ex-candidato a vice-presidente na chapa de 2022, Augusto Heleno e o comandante da Marinha, Almir Garnier.
“Requer a fixação do valor mínimo para reparação dos danos causados pelos crimes acima denunciados”, escreve Gonet.
O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL) foram denunciados pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima, e deterioração de patrimônio tombado.
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