Gilmar aciona AGU e PGR para avaliar afastamento de Ednaldo da CBF
O cartola foi afastado do cargo na última quinta por decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro

O ministro Gilmar Mendes (foto), do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitou manifestações da Procuradoria-Geral da República (PGR) e da Advocacia-Geral da União (AGU) sobre o afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). As partes têm cinco dias para se manifestar.
Ednaldo foi afastado do cargo na última quinta-feira, 15, por decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ). A medida ocorreu após o próprio Gilmar Mendes pedir investigação sobre possível falsificação da assinatura do ex-presidente da CBF Coronel Nunes em um acordo que havia reforçado a permanência de Ednaldo no comando da entidade.
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Ainda na quinta-feira, a CBF entrou com recurso no STF para tentar reverter a decisão. No dia seguinte, Ednaldo apresentou um novo pedido, com caráter de urgência, para suspender o processo de eleição de um novo presidente, marcado para 25 de maio. Ele argumenta que, caso o STF reconheça a legitimidade da assembleia que o elegeu em 2022 — julgamento previsto para o dia 28 —, a nova eleição seria esvaziada, com risco de “consequências institucionais irreparáveis”.
Ednaldo conseguiu se manter no poder na confederação a duras penas, e, segundo detalhou reportagem minuciosa da revista piauí, de uma forma não muito republicana.
O Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), fundado por Gilmar Mendes, mantém desde 2023 uma parceria com a CBF para gerir os cursos da CBF Academy.
O filho do ministro, Francisco Mendes, que é diretor do IDP, chegou a conversar com Fernando Sarney, vice-presidente da confederação e autor da ação que levou ao afastamento de Ednaldo. Sarney, filho do ex-presidente José Sarney, teria buscado apoio para mostrar que a gestão de Ednaldo era insustentável.
Ministro nega conflito de interesses
Gilmar Mendes negou que haja conflito de interesses em sua atuação em processos que envolvam a CBF por causa do contrato da entidade com o IDP, do qual o ministro é fundador e sócio.
Gilmar, que despachou uma série de decisões nos últimos meses para manter Ednaldo Rodrigues à frente da CBF, disse o seguinte em entrevista a um programa do portal Uol, em resposta a pergunta que mencionava críticas do senador Eduardo Girão (Novo-CE) a sua participação nesses processos:
“Não vou responder a crítica nenhuma do [Eduardo] Girão, todos o conhecem, inclusive no Ceará. Eu sou sócio do IDP e, em dado momento histórico, o IDP aceitou uma proposta da CBF para realizar os cursos que a CBF Academy fazia. Foi somente um contrato de direito privado dirigido pela direção do IDP. Não há nenhum conflito de interesse meu em relação a esta questão. O IDP, como sabem, é uma instituição extremamente conceituada no Brasil e no exterior. E neste caso, na verdade, [o IDP] estava organizando e cedendo seu bom prestígio à CBF, e não o contrário.”
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Comentários (2)
Alexandre Ataliba Do Couto Resende
19.05.2025 09:00Uma patominia inútil.
Edmilson Siqueira
18.05.2025 21:09Será que teremos que conviver com esse juiz até sua aposentadoria? Já não bastam os males todos que ele fez ao Brasil?