General que barrou golpe enfrenta rejeição entre militares
Ex-comandante do Exército sofre críticas por se opor a tentativa de ruptura democrática após derrota de Bolsonaro
O general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, ainda sofre rejeição significativa dentro do meio militar, especialmente entre integrantes da reserva, devido à sua postura firme contra um golpe de Estado planejado após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.
Segundo a reportagem do jornal O Globo, o general é alvo de críticas por sua decisão de preservar o Estado Democrático de Direito, contrariando aliados do ex-presidente. Freire Gomes desempenhou um papel central durante as reuniões realizadas com o alto comando militar nos dias que sucederam o segundo turno de 2022.
Ele rejeitou enfaticamente qualquer possibilidade de o Exército aderir ao plano golpista, que visava impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva. O relatório final da Polícia Federal aponta que a postura do general foi decisiva: “Apesar de todas as pressões realizadas, o general Freire Gomes e a maioria do Alto Comando do Exército mantiveram a posição institucional, não aderindo ao golpe de Estado”.
A resistência a Freire Gomes, no entanto, não se limita ao período imediatamente posterior à tentativa de golpe. Segundo O Globo, setores militares, especialmente da reserva, ainda manifestam indignação contra o ex-comandante, criticando sua postura legalista.
O general tem optado por manter um perfil discreto, evitando eventos públicos no meio militar. Pessoas próximas relatam que ele sente incômodo com as críticas, mas segue firme em sua posição de defesa das normas constitucionais.
Freire Gomes foi alvo de uma campanha de difamação coordenada em 2022, durante o auge das pressões golpistas. Influenciadores golpistas e figuras alinhadas ao bolsonarismo disseminaram acusações de “omissão” e “traição” contra ele e outros comandantes legalistas, buscando desestabilizar suas posições e forçá-los a apoiar a ruptura.
Mensagens obtidas pela Polícia Federal revelam que esses ataques faziam parte de uma estratégia organizada para enfraquecer as lideranças militares contrárias ao golpe.
A reportagem da Crusoé desta semana detalha como, apesar das pressões e difamações, Freire Gomes e o então comandante da Aeronáutica, Carlos Baptista Junior, foram essenciais para frustrar os planos do grupo golpista. Sem o apoio do Alto Comando do Exército, Bolsonaro recuou, mesmo tendo elaborado documentos que tentavam dar aparência de legalidade ao golpe.
A rejeição a Freire Gomes dentro de setores do Exército reflete divisões internas que persistem desde o período eleitoral de 2022. Enquanto parte das Forças Armadas permanece comprometida com os valores democráticos, outra parcela ainda demonstra alinhamento com narrativas golpistas que contestam o resultado das eleições.
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Comentários (6)
Carlos Renato Cardoso Da Costa
06.12.2024 19:27General de fralda tem mais é que ficar quieto. Já sugam bastante do país com suas regalias de pensão e aposentadoria.
FREDERICO AUGUSTO DIAS
06.12.2024 17:09P.S. O Lulopetismo pode ser chamado de qualquer coisa, menos de democrático. O uso da PF (Órgão de Estado) para perseguir os que são considerados inimigos políticos, assim como foi feito nos governos anteriores da OCRIM, é a maior demonstração da face ditatorial
FREDERICO AUGUSTO DIAS
06.12.2024 17:01Não sou bolsonarista, mas em relação a Lulaladrão, ele seria um mau menor. Toda esta confusão não teria existido se o tal "consórcio", capitaneado pela Globo, não tivesse tomado partido nas eleições inescrupulosamente
Armando Nuno De Fiúza Lopes
06.12.2024 10:01Acho no mínimo estranho, este meio de informação estar a citar e fazer eco denotícias do Globo, jornal que se sabe não ser idôneo e ser parcial à esquerda brasileira. Não é para isto que pago a minha subscrição, se quisesse ler o Globo não leria o O Antagonista.
Um_velho_na_janela
06.12.2024 09:38Pela situação de confronto entre militares legalistas e golpistas, fica provado mais uma vez meu acerto ao apelidar o Jair de Cupim da República, ele conseguiu roer os alicerces do Estado de Direito e a unidade militar. Ele não é o Messias, ele é o anticristo!
Márcio Roberto Jorcovix
06.12.2024 07:58Tenho comigo a seguinte convicção: a pior democracia é sempre melhor que a melhor ditadura. Sou antipetista desde sempre mas a ditadura não é o caminho. Parabéns ao general Marco Antônio Freire.