“Eu não sou réu, posso fugir agora”, diz Bolsonaro
Com o passaporte retido, o ex-presidente foi representado pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro na posse de Donald Trump

Impedido de ir aos Estados Unidos acompanhar a posse de Donald Trump, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta segunda-feira, 20, que poderia “fugir agora”, caso desejasse.
“Eu não sou réu. Eu posso fugir agora, qualquer um pode fugir”, disse Bolsonaro em entrevista a um canal bolsonarista no Youtube.
Com o passaporte retido, Bolsonaro foi representado pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro na posse de Trump.
Em novembro de 2024, o ex-presidente disse que analisava a possibilidade de pedir refúgio em uma embaixada para evitar a prisão caso seja condenado por tentativa de golpe de Estado, admitindo que poderia usar o plano proposto por Ciro Gomes (PDT) para blindar Lula contra um mandado de prisão na Lava Jato.
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Moraes barra viagem de Bolsonaro
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes rejeitou o pedido de liberação do passaporte de Jair Bolsonaro para que ele pudesse participar da posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.
Na manifestação, Moraes afirmou que desde a concessão da medida, não houve “qualquer alteração fática que justifique a revogação da medida cautelar, pois o cenário que fundamentou a imposição de proibição de se ausentar do país, com entrega de passaportes, continua a indicar a possibilidade de tentativa de evasão do indiciado”.
“O indiciado Jair Messias Bolsonaro manifestou-se, publicamente, ser favorável à fuga de condenados em casos conexos à presente investigação e permanência clandestina no exterior, em especial na Argentina, para evitar a aplicação da lei e das decisões judiciais proferidas, de forma definitiva, pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal”, acrescentou Moraes.
Paulo Gonet também foi contra liberação de Jair Bolsonaro
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, já havia se manifestado também contra a liberação do passaporte de Bolsonaro. Para ele, há risco de fuga do ex-presidente da República.
No documento, Gonet afirma que “falta demonstração de interesse público” na concessão do benefício.
“O requerente não apresentou fundamento de especial relevo que supere o elevado valor de interesse público que motiva a medida cautelar em vigor. A viagem desejada pretende satisfazer interesse privado do requerente, que não se entremostra imprescindível. Não há, na exposição do pedido, evidência de que a jornada ao exterior acudiria a algum interesse vital do requerente, capaz de sobrelevar o interesse público que se opõe à saída do requerente do país”, disse Gonet em seu parecer.
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