“Entramos com cinco vezes a força deles”, diz secretário da PM
Coronel Menezes explicou estratégia de "supremacia total" para evitar "um banho de sangue" nos complexos do Alemão e Penha
O secretário de Polícia Militar do Rio de Janeiro, coronel Menezes (foto), afirmou nesta terça-feira, 4, que o relatório de inteligência apontava a presença de 500 criminosos nos complexos da Penha e Alemão durante a megaoperação realizada contra o Comando Vermelho (CV) em 28 de outubro.
Menezes ressaltou que o “objetivo principal era não promover um banho de sangue” na comunidade.
Ele explicou que o número elevado de policiais, cerca de dois mil e quinhentos, foi definido para garantir a “supremacia total da força”, reduzir a resistência armada dos criminosos e garantir que os traficantes tivessem a possibilidade de rendição.
“É preciso que se diga: o objetivo principal era não promover um banho de sangue naquela comunidade. Porque os relatórios de inteligência apontavam que a gente enfrentaria, e aí por isso a modelagem da operação… e muitas pessoas perguntaram: ‘Por que de dois mil e quinhentos homens?’ Porque a gente analisa essa questão da entrada da força policial com a questão da supremacia total da força. Quando havia relatórios apontando que nós enfrentaríamos cerca de 500 homens armados, dos dois complexos, nós entramos com dois mil e quinhentos homens. Ou seja, nós entramos com cinco vezes a força deles para que nós, a expectativa, obviamente, para aqueles que quisessem se render, em função da força policial, eles poderiam e teriam a possibilidade de rendição. Mas a nossa atuação foi cirúrgica e profissional“, disse no podcast Fala Glauber.
‘Muro do Bope’
Na entrevista, Menezes , detalhou a estratégia utilizada pelas forças de segurança para ocupar a parte alta da Serra da Misericórdia, onde ocorreu a maior parte das mortes.
“Quando a gente decidiu ocupar a parte alta da Serra da Misericórdia, a gente objetivou, a gente tinha a intenção, como aconteceu, de empurrar esses traficantes para a área de mata. É preciso que se diga que essa Serra da Misericórdia é uma região extensa, com uma vegetação densa, é uma região pedregosa, porque tem uma pedreira nessa serra também. Então, ela tem vários buracos e possibilidades de utilização para trincheiras. Várias pedras no caminho. Uma dificuldade enorme para os policiais progredirem. Além de, dizer que, quando nós chegamos e estabelecemos essa tática… E a tática foi a seguinte: estabelecer uma coluna de infiltração de policiais na parte alta da Serra da Misericórdia, que a gente chamou, e denominou de uma maneira que houve uma divulgação muito grande, foi o ‘Muro do Bope“, disse.
O secretário explicou a vantagem tática com a formação do chamado ‘Muro do Bope’ e rebateu as acusações de que teria sido instaurado para “executar os marginais”.
“O que é o ‘muro do Bope’? É uma coluna de policiais que foram dispostos na parte alta da montanha, na parte alta dessa serra…”, disse.
“Aquele que está em um plano superior [de combate] está em vantagem daquele que está em um plano inferior. O desafio que foi imposto aos policiais que trabalharam, e são verdadeiros heróis, é preciso que se diga isso, os policias militares que infiltraram naquela região e já, desde as primeiras horas da manhã quando eles entraram, já foram recebidos a tiros. Então, já desconfigura toda essa questão de que nós fizemos uma emboscada com os marginais, que o ‘muro do Bope’ foi para executar os marginais… Nada disso.”
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