Em 30 minutos, presidente do sindicato do Frei Chico ficou em silêncio 13 vezes
Milton Cavalo, como é conhecido, foi beneficiado com um habeas corpus concedido pelo ministro do STF Flávio Dino
Durante seus primeiros 30 minutos de depoimento para a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, o presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), Milton Baptista de Souza Filho, ficou em silêncio 13 vezes, amparado em um habeas corpus obtido junto ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino.
O Sindnapi é o sindicato ligado a Frei Chico, irmão do presidente Lulla.
Nas poucas vezes em que se pronunciou, Milton de Souza Filho disse apenas “vou ficar em silêncio”. Isso tem irritado os integrantes da CPMI ao longo da sessão desta quinta-feira.
Como mostramos mais cedo, antes de o presidente do Sindnapi começar a depor, seu advogado, Bruno Borragine, informou à CPMI que Milton Cavalo – como é conhecido o dirigente sindical – utilizaria o direito constitucional ao silêncio, por ter sido alvo da nova fase da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, na manhã desta quinta.
“O senhor Milton veio hoje de manhã preparado com um caderno de respostas para poder responder toda e qualquer pergunta de vossas excelências. Ocorre que, acho que todo mundo aqui já está sabendo, ele foi alvo, às 6h30, da nova fase da Operação Sem Desconto. Ele estava aqui, já presente. Como não tinha ninguém em sua casa, a sua casa foi arrombada. Ele não tem condição psicológica de poder falar“, pontuou o advogado.
Sindnapi sem compromisso de falar a verdade em CPMI
Milton não prestou também o termo de dizer a verdade na CPMI. “A minha instituição, que eu estou na presidência há quase 2 anos, estava comprometida e vai estar sempre comprometida com a verdade. Somos a entidade que foi lá que começou, e denunciamos esse tipo de prática de fraudes do INSS”, falou o depoente numa exposição inicial.
“É um sindicato que está há 25 anos na luta em prol dos aposentados. Não é um sindicato que foi criado de fachada para lesar aposentado, pensionista e idosos. É um sindicato que tem uma história”, declarou Milton Cavalo no único momento em que não se utilizou do habeas corpus concedido por Dino para ficar em silêncio.
Entre as perguntas do relator em que ele ficou em silêncio, esteve também a sobre quais são empresas em que exerce função como sócio ou presidente.
“Depois de falar do habeas corpus e do meu repúdio, porque testemunha não tem o direito de ficar em silêncio, e vamos continuar a debater essa temática ainda hoje aqui, eu quero marcar a primeira posição: PF, demorou muito a visitar o Sindnapi“, afirmou Gaspar, diante da recusa do depoente de responder a questionamentos. A oitiva prossegue.
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