Doria e o resto
Christopher Garman, analista da Eurasia, falou para a Época sobre o impacto dos depoimentos da Odebrecht em 2018...
Christopher Garman, analista da Eurasia, falou para a Época sobre o impacto dos depoimentos da Odebrecht em 2018.
“A lista divulgada agora terá impacto maior nas eleições de 2018 do que nas reformas de 2017. Esse processo de investigação deve enraizar ainda mais uma preferência antiestablishment do eleitor, que já é muito alta. Essa preferência é estrutural. Mesmo que haja recuperação econômica neste ano e também no ano que vem, a raiva do eleitor contra a classe política não deverá arrefecer.
O fato de termos tantos políticos sob investigação significa que, em 2018, candidatos que se posicionem como antiestablishment serão mais competitivos. Dentro do PSDB, isso fortalecerá a posição do atual prefeito de São Paulo, João Doria. O nome dele já tem crescido dentro do partido. Se a Lava Jato continuar apontando para as principais lideranças políticas, o PSDB deve escolher Doria como seu candidato em 2018.
O ex-presidente Lula terá uma base forte no Nordeste, mas não achamos que o ambiente atual fortaleça a candidatura dele. A rejeição dele fora do Nordeste é muito grande. Já Marina Silva, sem tempo de televisão e sem fundo partidário, terá um problema. Soma-se a isso o fato de ela ter uma rejeição de 57%. Não é tão alta quanto a de Geraldo Alckmin, de 66%, e de Lula, de 64%, mas é o suficiente para impedi-la de ter uma candidatura plena. Veremos partidos lançando novos nomes alinhados com essa demanda por gente de fora do sistema político tradicional. Um desses nomes deve ganhar em 2018”.
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