“Deixa eu te falar, cara. Não vai ser simples…”
Um grampo da operação Patmos pegou a seguinte conversa num grampo:Aécio Neves: Deixa eu te falar, cara. Não sei se vai ser simples... mas eu precisava que você tentasse dar uma procurada lá na... naquele negócio do passeio de moto, sabe?Moreno: Unhum... Aécio Neves: Naquela organização que a gente ia fazer em julho.Moreno: Unhum...
Um grampo da operação Patmos pegou a seguinte conversa num grampo:
Aécio Neves: Deixa eu te falar, cara. Não sei se vai ser simples… mas eu precisava que você tentasse dar uma procurada lá na… naquele negócio do passeio de moto, sabe?
Moreno: Unhum…
Aécio Neves: Naquela organização que a gente ia fazer em julho.
Moreno: Unhum…
Aécio Neves: É. Porque… você viu nos jornais hoje?
Moreno: Mais ou menos. Uma parte sim, outras… algumas outras coisas aí.
Aécio Neves: É não. É não. Tem uns negócios listados que o cara ia ser o guia, sabe?
Moreno: Unhum. Sei.
Aécio: Procurou para… pra fazer o roteiro, entendeu? Ainda…
Moreno: Tá….
Aécio Neves: Aqueles motoqueiros malucos que falaram qualquer coisa. Em vez de chamar, eles resolveram se antecipar, sabe?
Os “motoqueiros”, segundo a PF, seriam os executivos da Andrade Gutierrez; o “passeio de moto” seria o depoimento de executivos da empreiteira sobre a propina da Usina de Santo Antônio — o Estadão, naquele dia (29 de abril), havia noticiado que eles haviam se antecipado a uma convocação do MPF para falar sobre o assunto.
O “Moreno”, de acordo com a PF, seria Alexandre Acciolly, apontado por Henrique Valladares como o verdadeiro dono de uma conta em Cingapura onde a Odebrecht depositou propina para Aécio.
A assessoria de Acciolly disse ao UOL que não é o “Moreno” da conversa cifrada do dia 29 de abril, mas reconheceu ser o “Moreno” de um segundo grampo, feito em 30 de abril:
“A confusão se dá porque nas duas conversas, o senador Aécio trata o interlocutor pelo apelido de ‘Moreno’. É preciso esclarecer que ambos fazem parte de um grupo de cerca de dez amigos que se tratam uns aos outros pelo apelido de ‘Moreno’. Isso fica claro na segunda conversa (essa, sim, com Accioly) quando Aécio cumprimenta: ‘Fala, Moreno’, e Accioly retribui: ‘E aí, Moreno.'”
“Na referida conversa do dia 29/04/2017 o interlocutor diz que está em Belo Horizonte. Há mais de cinco meses Accioly não vai à capital mineira e entre os dias 28/04/2017 a 30/4/2017 ele estava em Búzios, conforme o segundo diálogo. Essa informação pode ser facilmente comprovada pelo extrato do cartão de crédito do empresário que registra gastos em restaurantes de Búzios na noite de sexta-feira (dia 28/4/2017) e na noite de sábado (29/4/2017).”
“No final do diálogo Aécio se despede com ‘um beijão em todas as três’. Accioly é casado e tem dois filhos, um menino e uma menina; o que mais uma vez comprova que não é parte da conversa.”
É preciso saber quem é o “Moreno” do primeiro grampo.
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