“Defendi a democracia”, diz ex-chefe do Estado-Maior
General da reserva Valério Stumpf afirmou que a relação com o ministro Alexandre de Moraes era "institucional"
O ex-Chefe do Estado-Maior do Exército no governo de Jair Bolsonaro (PL), o general Valério Stumpf, afirmou nesta sexta-feira, 6, ter sido vítima de ataques “por cumprir a obrigação“ de defender a democracia “em tempos complexos”, segundo informou o jornal Metrópoles:
“Tenho orgulho de ter agido de forma leal ao comandante do Exército e ao Exército Brasileiro“, disse o general.
Hoje na reserva, Stumpf disse que mantinha contato com o então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, para ampliar a segurança das urnas eletrônicas:
“O que nós solicitamos ao TSE era que ampliasse a segurança das urnas por meio de algumas práticas, como o teste de integridade com biometria. E essas medidas, de fato, foram implementadas. Foi muito positivo para reforçar a segurança das urnas. O foco sempre foi preservar a democracia, fortalecendo a credibilidade das urnas eletrônicas.“
Na visão do general, a relação dele com Moraes era institucional:
“A minha interlocução era com a Secretaria-Geral do TSE. Algumas pessoas que não sabiam de nada distorceram tudo. Alimentaram a versão de que eu seria ‘informante’, uma espécie de ‘leva e traz’, uma coisa bandida. Isso nunca aconteceu. O contato era institucional.“
O nome de Stumpf apareceu no inquérito da Polícia Federal (PF) em mensagens trocadas por militares que, segundo o órgão, eram a favor de um golpe de Estado.
O papel dos indiciados
Segundo a Polícia Federal (PF), Jair Bolsonaro teria não somente dado aval para um suposto golpe de Estado como teria participado ativamente desse processo.
A prova citada pela PF é a chamada “minuta do golpe”. Para a corporação, Bolsonaro “analisou e alterou uma minuta de decreto que, tudo indica, embasaria a consumação do golpe de Estado em andamento”.
Já o general Walter Braga Neto está incluído no núcleo responsável por incitar militares a endossarem um plano supostamente golpista.
Filipe Martins é integrante do chamado núcleo jurídico ao, segundo a PF, ajudar a escrever a minuta do golpe e dar sustentação técnico/jurídico ao movimento. Desse núcleo também fazem parte o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos.
Tércio Arnaud Tomaz, conforme a PF, faria parte do núcleo de inteligência paralela assim como Alexandre Ramagem. Para a corporação, os dois atuaram de forma conjunta para coletar informações sobre adversários e espalhar dados incorretos ou distorcidos, quer seja sobre o sistema eleitoral ou sobre a conduta ética de adversários do governo federal.
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